Estrada Parque Pantanal

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Com 120 quilômetros e situada no Estado de Mato Grosso Sul, a Estrada Parque Pantanal (EPP) tem início na rodovia BR-262, na localidade chamada de Buraco das Piranhas. Diferencia-se de uma estrada convencional por fatores ligados, em primeiro lugar, a valores ambientais – atravessa quatro sub-regiões do Pantanal: Miranda, Abobral, Nhecolândia e Paraguai. No seu trecho final defronta-se com a morraria do Urucum. Tem o crédito de ser a melhor região do país para observação de aves, mamíferos e jacarés em várias épocas do ano, condição que divide com a Transpantaneira, no Estado de Mato Grosso.

O período de águas baixas – de julho a dezembro – é o mais interessante por uma série de razões, dentre elas o fato de peixes ficarem presos nas lagoas marginais em processo de evaporação, atraindo milhares de pássaros em busca de alimentos. Nos períodos de águas altas – janeiro a junho – pode ser coberto pelas águas, o que torna o trânsito complicado. Nesta época a visualização de animais pode ser mais difícil. A condicional é pela variável dinâmica das águas a cada ano.  A EPP permite também visualizar e desfrutar paisagens pantaneiras características, conformadas por áreas de inundação, capões, campos, baías e corixos.

Capões: Bosques isolados no meio do campo.
Baías: Lagoa que se comunica com um rio por meio de algum canal.
Corixos: Braço de rio; ribeirão.

Ao longo de seu percurso distribuem-se pousadas, pesqueiros e restaurantes, dentre outros empreendimentos voltados para a pesca turística e turismo ambiental. A Universidade Federal de Mato Grosso do Sul possui nesta região uma base de ensino e pesquisa.

Segundo dados oficiais, ao longo da EPP vivem aproximadamente 450 pessoas, sendo 250 delas na comunidade do Porto da Manga, 150 na comunidade do Passo do Lontra e as 50 restantes em pousadas, hotéis e fazendas.

A CRIAÇÃO

Sua criação ocorreu através do Decreto 7.122/93 de 17 de Março de 1993. Sua área total é de 6.800 ha nos municípios de Corumbá (5.719,93 ha) e Ladário (1.081,06 ha)

BREVE HISTÓRICO

A antiga Rodovia da Integração – MS 228, hoje a Estrada Parque Pantanal, foi traçada pelo Marechal Cândido Rondon que, no final do século 19, trouxe a rede de telégrafo até Corumbá. Originalmente conhecida como “Estrada Boiadeira” ou “Estrada da Manga”, ligava o interior da região de Corumbá com a capital do Estado, Campo Grande. Foi construída sobre aterros, com alturas variando de 1 a 3 metros, numa tentativa de garantir as condições de tráfego em qualquer época do ano. Este objetivo, todavia, não foi alcançado, pois nas grandes cheias a água invade a estrada em vários pontos, impedindo a passagem, fato registrado inclusive nos anos de 2006 e 2007.

Ao seu longo existem 71 pontes de madeira que se transformam em observatórios naturais da fauna e flora pantaneira. É pela EPP que ocorre o escoamento da produção pecuária de muitas fazendas. Há também as “comitivas”, quando os vaqueiros percorrem longos percursos a cavalo conduzindo os animais com muita habilidade. Essas viagens podem durar algumas horas ou alguns dias, dependendo das condições da estrada e do clima.

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