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‘Ko au te awa, ko te awa ko au’ – “Eu sou o rio, o rio sou eu”

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–       Ela titulou o que escreveu como “Resumo do Estágio”, mas é mais, muito mais.

 

Kirsten em uma de suas entrevistas com as comunidades tradicionais.
Kirsten em uma de suas entrevistas com as comunidades tradicionais.

 

Em maio deste ano, como parte do meu estágio com Ecoa, tive o privilégio de fazer parte de uma viagem de investigação na região da Serra do Amolar, no Pantanal.

Sendo uma neozelandesa, venho de um país que tem uma beleza natural extraordinária, uma beleza que está em muitos lugares intocados e sem presença humana. Na minha viagem para o Pantanal, eu descobri uma beleza natural em paralelo com a do meu próprio país. Durante o dia, nós passamos através da reflexão cristalina das colinas do Amolar nas águas do rio Paraguai e à noite eu experimentei a magia de viajar de barco sob os céus imponentes apresentando as constelações de estrelas do hemisfério sul, parando para contemplar o silêncio perfeito, longe do ruído e da poluição luminosa da cidade.

No entanto, o que diferencia o Pantanal das outras áreas de beleza natural ao redor do mundo são as comunidades tradicionais que atuam como guardiões dessa paisagem e trazem o Pantanal para a vida com a sua cultura e tradições únicas. Nas minhas entrevistas, os indivíduos das comunidades falaram com orgulhos obre as suas raízes profundas na região, e com eloqüência sobre os problemas que eles enfrentam, as diferentes forças que ameaçam o modo de vida deles. Eles têm um profundo amor, apreço e cuidado com a paisagem natural e os recursos que os sustentam.

Kirsten em sua viagem pelo Rio Paraguai.
Kirsten em sua viagem pelo Rio Paraguai.

 

Há um provérbio indígena da Nova Zelândia em que se lê ‘Ko au te awa, ko te awa ko au, que significa “Eu sou o rio, o rio sou eu”. Esse provérbio representa com precisão a relação que as comunidades tradicionais do Pantanal têm com a casa deles. Eles demonstram por meio do conhecimento íntimo e compreensão do ambiente que eles são uma parte integrante dos ecossistemas do Pantanal.

Ao longo da minha pesquisa, eu  comecei a entender o quão importante é que as comunidades possam manter a cultura, o modo de vida e a liberdade para ter acesso ao território que lhes pertence e é parte deles.

Eu gostaria de agradecer a Ecoa por essa oportunidade de ganhar uma perspectiva mais profunda sobre esta região fascinante do mundo e espero que a minha pesquisa possa contribuir, mesmo de uma forma muito pequena, ao reconhecimento e à prosperidade das comunidades tradicionais do Pantanal.

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