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O fracking unindo Toledo ao Cone Sul

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O evento que será realizado na Argentina no início de novembro sobre o uso da tecnologia do fracking na exploração do gás natural deve abrir no Cone Sul um debate mais amplo a respeito do tema, que atinge diretamente Toledo. Nossa região foi incluída pela Agência Nacional de Petróleo e Gás Natural no leilão que realizou em novembro de 2013 de blocos para a exploração de gás no Paraná. Toledo é um do 123 municípios localizados nas regiões Oeste, Sudoeste e Noroeste que tiveram seu subsolo leiloado e até o momento a continuidade do projeto de exploração está suspenso por decisão provisória da 1ª Vara Federal de Cascavel, que cassou os efeitos do leilão. A verdade porém é que trata‐se de uma decisão precária e não podemos admitir que uma produção agropecuária de R$ 1,7 bilhão como mostra o Valor Bruto da Produção de Toledo seja exposta a qualquer risco em nome dos interesses de possíveis investidores internacionais e seus associados nacionais, entre os quais está a Copel.

Depois da primeira manifestação pública de cerca de 2 mil pessoas contra a decisão da ANP em 3 de junho de 2014 nova manifestação foi realizada por cerca de 3 mil pessoas no último dia 4 de outubro no Parque Ecológico Diva Paim Barth. Agora uma comitiva de deputados da Assembleia Legislativa do Paraná vai à Argentina para conhecer as áreas em que está sendo usado o fracking na exploração de gás, a exemplo do que fizeram alguns vereadores toledanos no ano passado nas províncias de Neuquén e Rio Negro, onde já há exploração e produção de gás natural com uso desta tecnologia. Entre os parlamentares está o deputado estadual toledano José Carlos Schiavinato, o qual na manifestação em Toledo pronunciou‐se no sentido de avaliar a questão para posicionar‐se definitivamente, o que ainda não ocorreu. A verdade porém é que embora tudo na vida envolva algum risco, deve sempre existir um limite quanto àquilo que se deve arriscar e no caso de Toledo não podemos nem queremos colocar sob qualquer risco a agropecuária que projeta nosso município e região no Brasil e no mundo. A hora portanto é de assumir posição e somar‐se com os vizinhos do Chile e Argentina, que juntamente com o Brasil e o Uruguai formam o chamado Cone Sul da América do Sul, na defesa de nosso solo e de nossa água, os quais não estão à disposição para serem colocados sob qualquer risco, assim como a economia e a qualidade de vida que construímos a partir destes recursos naturais e a capacidade de trabalho de nossa gente.

Fonte: Gazeta de Toledo

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