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Gráfico: O impacto da desigualdade nas mudanças climáticas

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Foto: Laboratório Herbert de Souza

As mudanças climáticas estão ligadas à desigualdade econômica. É um problema gerado pela população mais rica que atinge diretamente a mais pobre, segundo um estudo conduzido pela Oxfam, confederação mundial de organizações que lutam contra a pobreza.

Em um relatório divulgado no final de 2015 a Oxfam mostra que, enquanto metade da população é responsável por 10% da emissão individual de gases carbônicos, a parcela de 10% mais ricos é responsável por 49% da emissão individual dos gases.

Essa conta engloba toda a cadeia de produção dos produtos, serviços e alimentos que essas pessoas consomem. Ou seja: quanto maior a renda e o poder de consumo, maior é a pegada ambiental de uma pessoa.

Veja no gráfico abaixo, produzido pela Oxfam e traduzido pelo Nexo, como os mais ricos emitem mais gases carbônicos:

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A relação entre desigualdade econômica e a emissão de gases poluentes

A emissão de gases cresce conforme a renda aumenta. A “pegada de carbono” (quantidade de gás carbônico que alguém emite) dos cidadãos entre os 10% mais ricos é 11 vezes maior do que a dos 50% mais pobres e 60 vezes maior do que a dos 10% mais pobres.

Já a” pegada de carbono” dos 1% mais ricos chega a ser 175 vezes maior do que a dos 10% mais pobres. O consumo individual é responsável pela maior parte de gases poluentes emitidos na atmosfera: 64%. Os outros 36% dos gases são emitidos por governos, instituições e transporte internacional.

A desigualdade se reflete na diferença entre países. Um cidadão que faz parte dos 10% mais ricos da Índia emite apenas um quarto dos gases carbônicos do que um cidadão que faz parte dos 50% mais pobres dos EUA.

Já alguém que faz parte dos 5O% mais pobres da Índia emite apenas um vigésimo dos gases carbônicos do que alguém que faz parte dos 50% mais pobres dos EUA.
A metade mais pobre da China (aproximadamente 600 milhões de pessoas) tem uma “pegada de carbono” aproximadamente três vezes menor do que a dos 10% mais ricos dos EUA (aproximadamente 30 milhões de pessoas).

A desigualdade em emissão de gases também reflete a desigualdade interna dos países. Na África do Sul, um cidadão que faz parte dos 10% mais ricos tem “pegada de carbono” dez vezes maior do que alguém que faz parte da metade mais pobre. Já no Brasil, a proporção é de oito para um.

O estudo foi elaborado pouco tempo antes de acontecer a COP21, reunião de líderes mundiais para discutir as mudanças climáticas. O estudo da Oxfram recomendava que as discussões fossem acompanhadas de ideias de combate à desigualdade.

Os países chegaram a um acordo histórico. Foi acertado que, diferentemente do Protocolo de Quioto, desta vez, todos são responsáveis e os mais ricos terão de ajudar os mais pobres a cumprirem os seus objetivos. Veja aqui detalhes do que foi acertado na reunião.

 

Fonte: Nexo

 

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