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Onça-pintada: a mordida mais poderosa entre os felinos

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A onça-pintada possui a mordida mais poderosa entre os felinos. Nem o tigre ou o leão superam a força da Panthera onca – Foto: João Sergio Barros Freitas De Souza/Sua Foto

Ver uma onça-pintada (Panthera onca) na natureza é algo difícil de explicar. Ela encara, olho no olho, até ter a certeza de que você a viu. Seu tamanho é impressionante, ela domina o local e parece que tudo gira em torno dela. É como se a floresta parasse, naquele momento, só para vê-la passar. Antes de sair, uma pausa, a onça olha para trás, e verifica se você ainda está ali. Seus músculos estão tensos, sua respiração está presa e seu coração acelerado. É nesse momento que vem a certeza de que algo mágico está acontecendo. É uma energia muito intensa, que ficará impressa na sua memória para sempre.

Segundo a Ong Pró-Carnívoros, a onça-pintada, também conhecida como jaguar, possui a mordida mais poderosa entre os felinos e uma maneira única de caçar. Enquanto os outros gatos usam uma técnica de caça com mordida no pescoço seguida de sufocamento, a onça-pintada crava os caninos na cabeça da presa e quebra a espinha dorsal ou perfura o crânio da vítima até chegar ao cérebro. A força exercida é tão grande que chega a quebrar cascos de jabutis.

Seu padrão amarelo com rosetas pretas é a perfeita camuflagem para andar na floresta, onde os fachos de luz em meio à sombra das árvores tornam o felino praticamente invisível. Ela se aproxima da presa silenciosamente, utilizando áreas de vegetação densa para se esconder. Almofadas na sola das patas ajudam a abafar o som e permitem que o predador ande sem fazer barulho. Quando está perto de seu alvo parte para o ataque.

É um animal oportunista e se alimenta de qualquer presa que esteja disponível. No Pantanal prefere jacarés, queixadas e capivaras, que são maiores e mais abundantes. Na Amazônia come principalmente animais pequenos, como cotias, pacas e tatus. Ela seleciona indivíduos inexperientes, machucados, doentes ou mais velhos o que resulta em benefício para a própria população de presas e mantém o equilíbrio do ecossistema.

Segundo o Projeto Onçafari, estudos mostram que a predação de gado é menor em áreas com grande quantidade de presas naturais e maior onde há caça de animais selvagens. Infelizmente, a destruição do habitat, e a consequente redução no número de presas naturais, faz com que as onças-pintadas comecem a caçar animais domésticos e acabam sendo mortas por fazendeiros que querem proteger seus rebanhos. Após décadas de perseguição, o felino se tornou um dos animais mais difíceis de avistar na natureza e está na categoria vulnerável da Lista de Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção.

Para tentar mudar essa história o Onçafari quer fazer a habituação das onças-pintadas a carros de passeio para que elas se comportem da mesma maneira que os felinos da África se comportam em safáris fotográficos. O objetivo é atrair mais turistas, aumentar o interesse dos fazendeiros no turismo de observação de animais, gerar novas oportunidades de emprego para as pessoas da região, ajudar na conservação da onça-pintada e, consequentemente, de seu habitat.

Para saber mais sobre o Onçafari veja o post Projeto Onçafari: no rastro da onça-pintada.

Fonte: Viaje Aqui/NatGeo

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