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Um pedido de socorro para os rios e um poema às suas margens

4 minutos de leitura

iasmimPor Iasmim Amiden (Ecoa – Ecologia e Ação)
Iasmim é jornalista, graduada pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e coordena o Programa Oásis de proteção aos polinizadores, da Ecoa

 

 

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Pescadores retiram lixo dos rios (Foto: Lucia Souza)

– Em meio a discussões acerca da degradação dos rios, pescadores são os principais alvos de julgamento pela extinção de espécies e outros impactos negativos, quando as leis da pesca e do Pantanal não traduzem os reais agentes que afetam diretamente os estoques pesqueiros.

– Há muito, pescadores da Colônia Z-18 promovem a limpeza e o cuidado para com os rios pertencentes à Bacia do Alto rio Paraguai, entendendo que leis como, por exemplo, a proibição da pesca de algumas espécies, não garante a preservação das mesmas.

– Um ato de mutirão tomou as margens do rio Aquidauana e Taquarussu neste último final de semana para a retirada do lixo acumulado.

– Foram coletados quase 2000 quilos de lixo em ação promovida pela Colônia de Pescadores Z-18. Entre os itens removidos estavam restos de eletrodomésticos, plásticos e aparelhos eletrônicos.

– Este é o sexto ano que o projeto “Rio Limpo” é organizado pelos pescadores no mês de junho, para fazer alusão ao Dia do Pescador, comemorado no dia 29.

– Relato da pescadora do rio Aquidauana e secretária da Colônia Z-18, D. Lucia Helena de Souza, mostra o descaso da sociedade quanto aos rios, do qual dependem centenas de famílias que têm a pesca como principal, ou única, renda para sobreviver:

 “Hoje acompanhei o sexto ano do projeto Colônia de Pescadores de Anastácio Z-18 que é a procissão Fluvial em honra a São Pedro padroeiro dos pescadores e a limpeza do Rio Aquidauana e Taquarussu. Ano passado os pescadores retiraram 2840kg de lixo em poucas horas, este ano os Pescadores Profissionais retiram 1800kg em 3 horas. Ainda falta conscientização da população que lugar de lixo é na lixeira e não no rio. Os pescadores profissionais chegaram na praia de Anastácio as 4h para a organização do evento da Colônia Z-18”.

– E afinal, o que têm para dizer os pescadores hoje, dia em que deveriam comemorar a profissão? Apenas um pedido de socorro na poética forma de dizer o que os cinco sentidos são capazes de captar.

Socorro SOS Aquidauana 

Vejam as águas do rio
Vejam a correnteza
São as lágrimas do abandono
E desprezo da natureza.

Águas que correm
Que outrora trouxe orgulho
Pela forma e beleza
Mas hoje os peixes morrem
E deixa saudade e tristeza

Desprezo de um povo
Que não tem piedade
Descaso das autoridades
Não estão preocupados
Com o patrimônio
A riqueza da nossa cidade.

Autor: Reinaldo Paes Martins – Um poema realizado nas margens do rio Aquidauana frente a tanto lixo e descaso da sociedade para com os rios e as famílias que dele dependem.

 

 

 

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