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Por coronavírus, governo adia leilões de energia previstos para 2020

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Bento Albuquerque, ministro de Minas e Energia. Foto: Ian Cheibub /Reuters
Bento Albuquerque, ministro de Minas e Energia. Foto: Ian Cheibub /Reuters

Via Folha de São Paulo

Por Ricardo Della Coletta e Bernardo Caram

Bento Albuquerque, ministro de Minas e Energia. Foto: Ian Cheibub /Reuters
Bento Albuquerque, ministro de Minas e Energia. Foto: Ian Cheibub /Reuters

O ministério de Minas e Energia anunciou nesta segunda-feira (30) adiou a realização de uma série de leilões de geração e transmissão de energia elétrica previstos para este ano por conta da crise provocada pelo novo coronavírus. Novas datas não foram marcadas.

De acordo com a pasta, empresas do setor foram surpreendidos “pela excepcional mudança de hábitos de consumo da sociedade” diante da pandemia.

“Não se trata de cancelamento dos leilões de 2020 no setor elétrico, mas de uma postergação, haja vista a confiança que se tem na retomada da atividade econômica, assim que normalizada a situação de saúde pública”, afirma o ministério em nota.

De acordo com a pasta, tão logo este momento atípico seja superado, serão reavaliadas as perspectivas econômicas para definir se os certames serão feitos ainda neste ano.

Preocupações com o comportamento de fatores como câmbio e custos de captação de recursos vinham levando consultores a defender uma mudança no cronograma das concorrências, que atraíram intenso apetite de investidores nos últimos anos, mesmo em meio à recente recessão histórica do país.

Entre os certames adiados estão um agendado para 30 de abril (A-4/A-5), que contrataria termelétricas a gás e carvão, e uma licitação de concessões para novos projetos de transmissão que aconteceria em junho.

Também estão na lista os leilões conhecidos como A-4 e A-6, para novos empreendimentos de geração, e pregões para contratar soluções de suprimento a sistemas isolados.

A postergação já estava no radar do governo desde ao menos a semana passada, quando o ministério pediu à Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) que adiasse a aprovação dos editais para os leilões de térmicas e de transmissão.

Entre especialistas, a avaliação é de que as incertezas macroeconômicas geradas pela propagação do coronavírus prejudicariam principalmente projetos de geração renovável, como usinas eólicas e solares, que importam boa parte dos equipamentos.

Mas a tensão no mercado poderia também prejudicar o resultado de leilões de transmissão, o que geraria custos adicionais para os consumidores. O último leilão de projetos de transmissão, em dezembro, registrou deságios recordes na receita teto oferecida aos investidores, de 60%, devido à ampla disputa entre empresas pelos contratos de concessão no setor.

(Com Reuters)

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