Antes de tudo, o que é bioeconomia? Não há uma única definição, mas, em essência, a bioeconomia é um modelo econômico que visa o uso sustentável dos recursos naturais. O objetivo é criar produtos, processos e serviços sem comprometer os ecossistemas para as futuras gerações — ou seja, prosperar sem destruir. Nessa visão, a relação das pessoas com a natureza tem papel fundamental.
E como isso funciona no Pantanal?
Na Paisagem Modelo Pantanal, uma área de 76 mil hectares na borda oeste do bioma (que abrange os municípios de Corumbá e Ladário, em Mato Grosso do Sul), projetos concretos já mostram o potencial dessa abordagem. Alguns exemplos:
Cadeias socioprodutivas, como o aproveitamento da bocaiuva pela Comunidade Tradicional Antônio Maria Coelho e Assentamento Rural São Gabriel em Corumbá (MS), transformando frutos nativos em fonte de renda.
Turismo de base comunitária na Área de Proteção Ambiental Baía Negra em Ladário (MS), que valoriza a cultura local e a conservação, além do extrativismo sustentável.
Sistemas Agroflorestais (SAFs) e o viveiro Reflora Pantanal, no Assentamento Rural 72 em Ladário (MS), que combinam agricultura e restauração ecológica.
Essas experiências mostram que é possível produzir e conservar ao mesmo tempo. O desafio agora é ampliar essas práticas, garantindo escala sem perder o equilíbrio ambiental.