A pesquisadora da Ecoa Nathalia Ziolkowski tem acompanhado cotidianamente a situação de espécies vegetais utilizadas pelas mulheres no Pantanal para coleta e elaboração de produtos para consumo próprio e a venda. Esse trabalho é realizado através da Rede de Mulheres Produtoras do Cerrado e Pantanal (Cerrapan). No levantamento anterior, apresentamos a situação da laranjinha-de-pacu. Agora, a situação da bocaiuva.
Bocaiuva (Acrocomia aculeata)
Em 2019, as áreas de coleta foram destruídas pelas chamas, reduzindo a possibilidade de produção de polpa, farinha e bolos a praticamente zero em algumas regiões do Pantanal e no Cerrado. Em 2020, a produção foi muito reduzida também em razão do fogo e, em 2021, as mulheres extrativistas fizeram novas articulações para coletar em outros territórios próximos, incluindo fazendas privadas e assentamentos rurais, e a perspectiva é a de uma safra melhor.
Constaram que a maturação dos frutos está atrasada. Apesar de os espécimes estarem carregados, estes estão verdes. Elas preveem a safra para julho ou agosto deste ano.
Quanto aos territórios devastados pelos incêndios, as mulheres observaram que ocorreu baixa regeneração, brotando outras espécies da flora e não da bocaiuva. A palmeira tornou-se rara. Em uma das principais áreas de coleta, de mata nativa, este quadro é muito evidente.