O município de Aquidauana deve enfrentar uma enchente recorde neste ano, tendo na quarta-feira (13) já registrado o transbordamento do Rio Aquidauana nas imediações da ponte nova, no centro da cidade, que fica a 125 km de Campo Grande. Se as chuvas não derem uma trégua o fato se concretizará e já vem sendo avaliado como o pior em 48 anos. No município já choveu até ao meio dia de hoje, 177 milímetros, sendo 89% dos 197mm esperados para todo mês de janeiro, dentre o histórico de chuvas acumuladas neste período nos últimos anos. O município no oeste de Mato Grosso do Sul, está entre os mais prejudicados com as chuvas acumuladas, que também ultrapassam média histórica em diversos outros municípios
As águas do rio Aquidauna, em poucos dias, já subiram mais de oito metros do limite normal em 1,5m , estando perto dos 10 metros. Conforme a Defesa Civil local, hoje o rio amanheceu, com a régua na ponte, medindo 8,2 metros e foi subindo, marcando às 12 horas, 9,5 metros. Assim, as águas já invadem ruas de bairros do centro urbano, como a Rua Teodoro Rondon, uma das principais que leva ao centro da cidade, e, já desabrigou 25 famílias ribeirinhas e mais de 100 pessoas tiveram que deixar as casas alagadas e estão abrigadas em escolas do município na parte alta.
De acordo com o perito da Policia Civil, Yuri Maluf Hokama, que conversou com a reportagem do O Estado Online, por enquanto a água não deve ultrapassar a ponte nova de concreto, com cerca de 12 metros, mas não é impossível até, com os quase 10 metros de hoje. Contudo, ele ratifica que o limite da borda do rio já transbordou e interdita as ruas da parte baixa, abaixo da ponte.
“O entorno da ponte turística, a ‘ponte velha’ de Aquidauana para Anastácio, já tem diversas vias interditadas, tomadas pela água, na parte baixa, dando ainda condição de ultrapassar só pela ponte. Mas se a chuva não parar, mesmo com a ponte nova não sendo tomada em seu pavimento, ao seu redor fica cheio de água, formando tudo em rio e a cidade se torna ilhada. O trânsito de veículo não passa e as pessoas a pé só com ajuda das pontes feitas pelo Exército”, explica Yuri.
Ajuda aos desabrigados
Segundo Yuri, desta vez a prefeitura até se antecipou e retirou a população do local antes da enchente piorar ou ficar com casas em baixo dágua. “A água já invadiu as casas, mas antes que ficasse submersas, desta vez a administração retirou a população e está dando uma atenção ao local e a todos. Foram alojados e conseguiram levar maior parte dos pertences móvel”, mencionou.
Por MS
Aquidauana está entre os mais prejudicados com as chuvas acumuladas, que também ultrapassam média histórica em diversos outros municípios de MS. As chuvas que já vinham desde novembro do ano passado em várias cidades da região sul de MS, iniciou 2016 se espalhando para todo o Estado, não dando trégua nestes 13 dias. Há cidades do Estado, de norte a sul, onde já choveu mais de 100% do histórico, conforme o Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo, Clima e dos Recursos Hídricos de MS). Sete Quedas e Bela Vista ultrapassam e muito o limite.
A metade do Estado já ultrapassa de 50% a 80% do limite esperado para todo o mês. A chuva não dando trégua nesses 13 dias de janeiro, por exemplo, já caiu tudo que deveria ser para os 31 dias do mês, em diversos municípios, que inclui até Campo Grande, com 97% do esperado.
Sete Quedas registra 115% de chuvas ou 17,18% acima do histórico de chuvas, sendo que o Cemtec registrou o acumulado de 171,2 mm, sendo que o histórico para janeiro era de 146,1 mm. Em Bela Vista são 101%, com 160mm ante que deveria ser de 158mm.
Fonte: Lúcio Borges/O Estado Online