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As hidrelétricas contribuem ou impactam o meio ambiente e as populações?

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Foto: Jean Fernandes

Via Climainfo

O Congresso Mundial de Hidrelétricas acontece nesta semana, em Paris, sob uma série de perguntas: as hidrelétricas são, de fato, renováveis? É possível construir uma hidrelétrica sem impactos ambientais e sem impactos sociais? Sob que condições vale a pena construí-las?

Para preparar as discussões, foram lançados dois relatórios. O primeiro, fruto de um trabalho conjunto do WWF e da TNC (The Nature Conservancy), tem o sugestivo título de “Conectado e Fluindo: um futuro renovável para rios, clima e pessoas“.

O foco do trabalho é quase uma resposta a um artigo científico publicado na semana passada que constatou que ⅔ dos grandes rios do mundo têm barragens atrapalhando o fluxo de suas águas.

O relatório conclui que o rápido crescimento das gerações eólica e fotovoltaica permite que se escolha os aproveitamentos hidrelétricos que apresentem realmente impactos muito pequenos.

Mark Lambrides, diretor da TNC, diz que “pela primeira vez mostramos como a revolução da energia renovável oferece uma oportunidade para planejar a combinação correta de fontes renováveis na matriz elétrica e, ao mesmo tempo, evitar a fragmentação de rios, o deslocamento de comunidades e contribuir para a perda de água doce e seus peixes que alimentam milhões.”

A Water Power Magazine e a Economic Times da Índia comentaram o trabalho. O WWF mantém uma página sobre a importância de rios livres de obstáculos que vale uma olhada.

De seu lado, a Associação Internacional de Hidrelétrica (IHA) também publicou um relatório com os números do aumento de capacidade, aumento de energia gerada.

O relatório não economiza no uso das palavras ‘renovável’, ‘limpa’ e ‘sustentável’. Mas a palavra ‘adaptação’ é mencionada uma única vez em um trecho sobre resiliência climática. E só fala dos impactos que as hidrelétricas sofrem e dos que ela evita. Não há menção aos impactos por elas produzidos.

A Ecoa também produziu estudos sobre as hidrelétricas na Bacia do Alto rio Paraguai que mostram como as barragens alteram, consideravelmente, o ambiente onde são inseridas, como o Pantanal. Por exemplo, alterações no pulso de inundações na planície pantaneira, prejudicando a biodiversidade da região, limitando a migração de peixes que sobem os rios para reprodução e retendo organismos aquáticos importantes para a alimentação de animais.

Além disso, os consideráveis impactos sociais, tendo em conta a existência de comunidades ribeirinhas ao longo dos rios a serem barrados.

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