– Mais de 60 milhões de brasileiros vivem nela.
– É o centro da economia brasileira.
Segundo a Agência Nacional de Águas (ANA), a região hidrográfica do rio Paraná [no Brasil] tem uma área de 879,86 mil Km² ou quase 88 milhões de hectares – 10,3% do território brasileiro -, fazendo parte os estados de São Paulo (25% da região); Paraná (21%); Mato Grosso do Sul (20%); Minas Gerais (18%); Goiás (14%); Santa Catarina (1,5%) e o Distrito Federal (0,5%).
Faz parte da bacia a cidade de São Paulo – a mais populosa da América do Sul – e outros importantes centros urbanos como Brasília, Ribeirão Preto, Goiânia, Campinas, Campo Grande e Uberlândia. A população ultrapassa os 60 milhões. A maior parte se concentra nas unidades hidrográficas dos rios Tietê e Grande, as quais, juntas, correspondem a aproximadamente 40%.
É uma das bacias sedimentares do País, as quais, em termos hidrogeológicos, “têm alta favorabilidade para o armazenamento de água subterrânea e constituem os mais importantes reservatórios, em decorrência da grande espessura de sedimentos e da alta porosidade de grande parte de suas litologias, o que permite a exploração de vazões significativas”. Mais especificamente, a maior parte da bacia do Paraná tem de “muito alta a média favorabilidade hidrogeológica”, incluindo as “principais unidades aquíferas representadas pelas formações Botucatu, Pirambóia, Guará, Bauru, Furnas, entre outras. São aquíferos de alta vazão e grande importância regional, que apresentam, no geral, água de boa qualidade química”.
Seu relevo é formado basicamente por um dos planaltos brasileiros e que toma o nome da própria região: o planalto da Bacia do Paraná. É importante registrar que os planaltos, em geral, são terrenos mais antigos, relativamente planos, situados em altitudes mais elevadas.
Quanto aos solos, ocorre a predominância da classe dos Latossolos, que são solos profundos, bem drenados, homogêneos e altamente interperizados e lixiviados. Segundo o professor do Departamento de Solos da Universidade Federal de Viçosa, João Carlos Ker: “O sucesso da agricultura nas áreas de domínio dos Latossolos Roxos (Planalto Rio-Grandense, Norte-Paranaense, áreas de São Paulo com destaque para a região de Ribeirão Preto, Guaíra, Sudoeste Goiano, região de Dourados-MS e Tangará da Serra – MT), parece confirmar a grande potencialidade agrícola destes solos, quer pela fertilidade natural, facilidade e resposta à correção da fertilidade quando for o caso e, ainda, pela possibilidade ampla de mecanização e mesmo de irrigação em alguns locais”. Das regiões citadas pelo autor, somente o Planalto Rio-Grandense e Tangará da Serra não estão na região hidrográfica do rio Paraná. A figura que segue mostra a distribuição dos tipos de solos da região hidrográfica do rio Paraná, conforme a classificação do Sistema Brasileiro de Classificação de Solos realizada pela Embrapa Solos.
O clima também tem especial importância para a agricultura regional. Na região, ocorrem dois tipos climáticos: Tropical Brasil Central, o qual abrange a maior parte da área, com estação chuvosa no verão e seca no inverno – características essenciais para a cana -, e o Temperado na parte sul, podem ser observados os tipos de clima específicos do território.
*Texto originalmente publicado em 16 de dezembro de 2015 e atualizado em 2019.