Sob a justificativa do aumento da inadimplência, as instituições financeiras estão dificultando o acesso das pequenas empresas ao empréstimo do BNDES. Os bancos afirmam que o calote na linha mais barata quadruplicou nos dois últimos anos.
Com isso, houve uma queda de 60% nos desembolsos do Cartão BNDES para micro, pequenas e médias empresas entre janeiro e maio deste ano. O valor caiu de R$ 2,84 bilhões para R$ 1,15 bilhão, e, para lidar com a resistência dos bancos, o BNDES cogita parceiras com as chamadas fintechs, empresas tecnológicas que trabalham no setor financeiro.
As instituições bancárias afirmam que a modalidade via cartão BNDES não paga os riscos de inadimplência, que são assumidos pelos bancos. Já os pequenos empresários reclamam que o cartão é “escondido” pelos gerentes com o intuito de oferecer produtos mais custosos.
Em julho, a taxa de juros do Cartão BNDES estava em 1,12% ao mês, sendo que apenas um terço desta taxa vai para os bancos operadores. Entretanto, o banco público disse que “está alterando a estrutura de preços do cartão, incorporando indicadores de inadimplência e de desempenho ao spread dos agentes financeiros, de maneira que o banco emissor seja melhor remunerado”.
Além do aumento do risco de inadimplência, a crise econômica também diminuiu o interesses dos empresários por investimentos, o que explica a queda nos desembolsos.
Atualmente, os maiores operadores do Cartão BNDES são o Bradesco, a Caixa e o Banco do Brasil, que antes ocupava a primeira posição. Agora, o BB e o BNDES estudam a criação de nova linha para o lugar do Cartão.
De acordo com informações do Estadão, a equipe econômica do governo está debatendo maneiras para aumentar o crédito para as pequenas e médias empresas como maneira de reduzir o desemprego. Segundo o Sebrae, estes negócios representam 63% da força de trabalho formal no Brasil.
