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BNDES prevê elevar financiamento de eólicas em mais de 30% em 2016

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Campo eólico em Caetité, Bahia (Foto: Pablo Jacob / Agência O Globo)

O Globo – originalmente publicado pela Reuters

Campo eólico em Caetité, Bahia (Foto: Pablo Jacob / Agência O Globo)
Campo eólico em Caetité, Bahia (Foto: Pablo Jacob / Agência O Globo)

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) estima elevar em mais de 30% neste ano tanto as aprovações quanto as liberações de financiamentos para empreendimentos de energia eólica no Brasil.

— A gente pretende aprovar R$ 10 bilhões e liberar cerca de RS$ 8 bilhões — afirmou à Reuters a gerente do departamento de energias alternativas do BNDES, Cláudia Noel.

Em 2015, o banco registrou R$ 7,4 bilhões em aprovações e cerca de R$ 6 bilhões em liberações. O forte crescimento foi previsto apesar de empresas do setor de energia eólica se queixarem de uma maior lentidão na liberação de recursos pelo banco. Mas a gestora negou que haja problemas.

— Não faltam recursos, é prioritário para o banco apoiar esse setor de renováveis — disse Cláudia.

Em 2015, o BNDES desembolsou R$ 22,3 bilhões para projetos no setor de energia elétrica, maior montante destinado a essa área na história do banco.

— O banco não tem nenhuma limitação, não tem nenhuma deficiência para liberar e aprovar. Agora, às vezes os projetos não conseguem atender as condições do banco ou não estão maduros o suficiente para que sejam aprovados — afirmou.

Mais três fabricantes de paineis solares

O Brasil deverá atrair até o final deste ano mais três empresas interessadas em montar localmente painéis para a geração de energia solar fotovoltaica, com dois investidores chineses e uma grande empresa brasileira, que iria importar a tecnologia, afirmaram Cláudia e Marcos Cardoso, outro gerente do departamento.

O país realizou os dois primeiros leilões para contratar usinas solares, em 2014 e 2015, e os geradores que utilizarem placas montadas no Brasil terão acesso a financiamentos do banco de fomento, com juros bastante abaixo dos praticados no mercado.

— São players internacionais muito relevantes… todas essas são empresas de grande porte, o que traz uma segurança para o setor de que não são aventureiros, vão trazer capacidade para atender seja projetos de leilão, seja de geração distribuída — explicou Cláudia

Somente esses três fornecedores somariam 1 gigawatt em capacidade de produção anual, que é aproximadamente o que foi contratado em cada um dos leilões de energia solar já realizados.

Segundo Cláudia, que não quis abrir o nome das empresas porque o assunto ainda não é público, a expectativa do banco é que as fábricas estejam em operação no segundo semestre do ano. Segundo ela, esses três investidores já assinaram termos de compromisso com o banco.

— Houve um atraso da parte deles, não saberia dizer qual o motivo, que postergou para o segundo semestre. Mas acho que não é nada de mais, já estão construindo as fábricas, não existe uma incerteza por parte deles — disse Cláudia.

Além desses, existem cinco fabricantes de painéis solares credenciados para vender equipamentos financiados pelo BNDES, mas são todas empresas nacionais, voltadas principalmente a fornecer sistemas de pequeno porte, como placas solares para instalação em telhados de residências ou comércio.

Cardoso afirmou que o país também já atraiu fabricantes de inversores solares, com mais de meia dúzia de empresas fornecendo o produto localmente, entre elas a norte-americana GE, a suíça ABB e a brasileira WEG.

Até o final de 2017, o BNDES exigirá um índice de conteúdo nacional em usinas solares que pode ser atendido apenas com a montagem local dos módulos fotovoltaicos. Mas empresas que forem além disso poderão ser financiadas com um financiamento maior.

— A gente pode dar mais financiamento. Por exemplo, inversores, que já temos fabricantes cadastrados… é uma boa sinalização de que essa metodologia está dando certo, atraindo investimento. E isso pode também representar alavancagem adicional do empreendimento — indicou o gerente.

Ele também afirmou que já se instalaram no Brasil fabricantes de “trackers”, equipamentos que permitem que as placas solares das usinas acompanhem o movimento do Sol ao longo do dia, aumentando o rendimento.

— O setor está andando bem, isso está na esteira dos leilões do governo federal — disse ele.

O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Mauricio Tolmasquim, disse recentemente à Reuters que o governo pretende contratar ao menos 1 gigawatt em usinas solares por ano para viabilizar a entrada dos fabricantes no Brasil. Para este ano já está agendado um certame de energia de reserva para 28 de outubro no qual serão contratadas usinas eólicas e solares.

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