Bonito, belezas e águas límpidas geram riqueza. Agricultura da soja desmata, turva a água e espalha veneno

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As águas límpidas e a natureza exuberante atraem para o município de Bonito (MS) mais de 200 mil turistas por ano e, consequentemente, cria negócios, com milhares de empregos diretos e indiretos. Segundo dados encontrados no Inventário Turístico de Bonito e Região relativo aos anos de 2015 e 2016, o município contaria com cerca de 300 empresas ligadas ao turismo, sendo que a atividade gerava mais de 2000 empregos formais diretos.

Com turismo de forma limpa, águas são cristalinas em Bonito, MS (Via: Águas Blog)

A soja avança.

Recentemente, as águas de Bonito tornaram-se barrentas. A causa? Números do IBGE para a agricultura na região dão a pista: a área plantada com grãos cresceu 26% entre 2014 e 2018, índice seis vezes maior que o do estado de Mato Grosso do Sul. 46 mil hectares soja e 33 mil hectares de milho (IBGE).

Soja x empregos.

Mas, quantos empregos diretos a destruição gera? Segundo a Fundação Seade/ Sensor Rural (2004), a soja gera 2 empregos diretos a cada 100 hectares. Bonito teria 920 postos de trabalho diretos gerados pela agricultura do grão. Menos da metade do gerado, de forma limpa, pelo turismo.

Água envenenada?

No quadro a seguir, da Agência Pública e Repórter Brasil, o resultado do avanço da plantação de grãos: água com veneno: 26 agrotóxicos detectados na água que abastece a cidade, sendo 11 deles associados a doenças crônicas.

Confira aqui o mapa interativo feito pela Agência Pública e Repórter Brasil

Foto de Capa: Rio da Prata e a lama. (Via: Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar de Mato Grosso do Sul)

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