Com informações da Folha de São Paulo
-Energia elétrica nacional é recordista em comprometimento da renda;
-Na média, brasileiro compromete 4,54% da renda com o pagamento da tarifa;
O Brasil lidera um ranking que mede o quanto o custo da energia pesa no bolso dos consumidores. Na média, 4,54% da geração de riqueza anual é comprometida com a tarifa residencial. O valor está acima do apresentado em nações europeias, como Espanha (2,85%), Alemanha (1,72%) e Luxemburgo (0,35%) – país em que a energia tem o menor índice de comprometimento de renda dentre os analisados. O resultado também está acima do apresentado em economias emergentes, como Chile (2,65%) e Costa Rica (2,76%).
O levantamento foi elaborado pela Abrace (Associação Brasileira de Grandes Consumidores de Energia e Consumidores Livres), com dados comparados com 33 países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico).
A entidade considerou as tarifas residenciais de 2022, consolidadas no serviço de dados da Agência Internacional de Energia, e o PIB per capita (Produto Interno Bruto dividido pelo número de habitantes) calculado para o mesmo ano pelo FMI (Fundo Monetário Internacional).
“O Brasil já é destaque em energia limpa, renovável e barata, não faz sentido que tenha uma conta de luz tão alta para o nosso perfil de renda, mas ela está sendo sobrecarregada por tributos e subsídios, que já correspondem a 40% do preço final”, afirma Paulo Pedrosa, presidente da Abrace Energia.
De acordo com a Abrace, a luz é responsável por 1/4 do orçamento de uma família brasileira e metade do que é pago na conta não é energia elétrica, são impostos, tarifas e subsídios que foram se acumulando ao longo do tempo.
No entanto, levantamentos mostram que o brasileiro tem dificuldade de arcar com tantas despesas adicionais na tarifa de energia. A pesquisa “Opinião sobre o Setor Elétrico”, realizada no ano passado pelo Datafolha para Abraceel (Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia), mostrou que 72% dos brasileiros deixam de comprar itens básicos para pagar conta de luz, e 40% disseram que já tinham deixado de pagar o boleto alguma vez naquele ano.