Via G1
O Chile anunciou nesta segunda-feira (11) um plano inédito para racionar água para a capital Santiago, uma cidade de quase 6 milhões de habitantes.
O país registra secas há 13 anos consecutivos. Segundo o jornal “La Tercera”, o ano de 2021 foi o quarto mais seco em toda a história do país, superado pelos anos de 1968, 1998 e 2019.
“Uma cidade não pode viver sem água, e estamos em uma situação sem precedentes na história de 491 anos da cidade de Santiago. Temos que nos preparar para o caso de não haver água para todos que vivem aqui”, afirmou Cláudio Orrego, governador da região metropolitana de Santiago, em uma coletiva de imprensa.
O plano apresenta um sistema de alerta de quatro níveis, que vai do verde ao vermelho e começa com anúncios do serviço público, segue para a restrição de pressão no fornecimento de água, e acaba com cortes rotativos de água de até 24 horas para cerca de 1,7 milhão de consumidores.
O sistema de alertas é fundamentado nas capacidades dos rios Maipo e Mapocho, que abastecem a capital com a maior parte de sua água, e têm visto seus níveis oscilarem com a continuidade da seca.
O governo estima que a disponibilidade de água no país caiu 10% para 37% nos últimos 30 anos, e pode cair mais 50% nas regiões norte e central do Chile até 2060.
O déficit de água nos rios, mensurado em litros por segundo, irá determinar se os cortes vão acontecer a cada 12, seis ou quatro dias. Em cada caso, uma região diferente irá enfrentar cortes de fornecimento a cada dia.
“É a primeira vez na história que Santiago tem um plano de racionamento de água por conta da gravidade das mudanças climáticas”, disse Orrego. “É importante que os cidadãos entendam que as mudanças climáticas estão aqui para ficar. Não é apenas global, é local”.