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Cientistas pedem proteção imediata ao Cerrado

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Fogo no Cerrado. Foto: Wilson Pedrosa/Estadão

Via Estadão

“É vital para a sociedade brasileira que o uso atual do Cerrado não comprometa o futuro do Brasil”, diz carta da ABC e SBPC enviada aos ministérios do Meio Ambiente, Agricultura e Ciência e Tecnologia.

 

O Cerrado brasileiro está desaparecendo e precisa de proteção imediata. Essa, em resumo, é a mensagem de uma carta encaminhada hoje pela Academia Brasileira de Ciências (ABC) e a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) aos ministérios do Meio Ambiente, Agricultura e Ciência e Tecnologia. “O Cerrado é a savana mais rica em espécies do mundo e a mais ameaçada pelas atividades antrópicas (de origem humana)”, diz a carta, obtida com exclusividade pelo blog. “

Apesar de toda essa riqueza e importância, o Cerrado está sofrendo com as mais altas taxas de desmatamento, resultado de mudanças no uso da terra em velocidade e magnitude sem precedentes na história do País, a tal ponto que praticamente metade de sua vegetação foi removida e a própria existência desse bioma está, a curto prazo, ameaçada. Áreas outrora ocupadas pela vegetação nativa são agora ocupadas, sem planejamento, por pastagem, agricultura, silvicultura, mineração e expansão urbana, em muitas situações resultando na expropriação dos territórios das populações indígenas e tradicionais”.

Veja a íntegra da carta aqui.

É um alerta importante, que vem sendo dado por cientistas e ambientalistas há vários anos — porém sem uma repercussão comparável à do desmatamento na Amazônia. Um estudo publicado há três semanas na revista Nature Ecology and Evolution calcula que 480 espécies endêmicas de plantas — que só existem no Cerrado — poderão ser extintas até 2050, se o desmatamento do bioma seguir no ritmo atual: https://goo.gl/oY9Vn8

O Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) anunciou na semana passada que vai monitorar o desmatamento do Cerrado via satélite, da mesma forma que é feito para a Amazônia pelo sistema Prodes, executado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). “Com um custo de US$ 9,25 milhões, financiados pelo Banco Mundial, o projeto deve divulgar os primeiros dados sobre a área desmatada em julho deste ano”, diz o informe do ministério, publicado no dia 12. Batizado de Prodes Cerrado, o sistema também fornecerá alertas sobre incêndios florestais e estimativas de emissões de gases do efeito estufa, segundo a pasta.

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