Entre os efeitos menos estudados da mudança climática estão os impactos sociais e econômicos sobre as mulheres. Quem resolveu desbravar essa seara foi Nitya Rao, professora de Gênero e Desenvolvimento da Universidade de East Anglia. Junto com sua equipe, ela avaliou dados coletados de 25 estudos de caso, em 11 dos países mais vulneráveis às mudanças climáticas na Ásia e na África, para documentar como a mudança climática está influenciando o status das mulheres – medido pela sua capacidade em tomar decisões estratégicas sobre seus meios de vida, assumir o controle de suas situações financeiras e trabalhar para melhorar suas posições sociais e econômicas, entre outras coisas.
“O que descobrimos é que a mudança climática e o estresse ambiental são fatores comuns que intensificam as desvantagens pré-existentes ou as desigualdades de gênero e desenvolvimento”, disse a pesquisadora à Time. Isso é especialmente verdade nas partes mais pobres do mundo, onde as famílias dependem da agricultura e do trabalho para ganhar dinheiro, e onde a migração masculina, os mercados de trabalho dominados por homens e as instituições patriarcais já colocam pressão sobre as famílias, principalmente as mulheres, que estão lutando para sobreviver. “A mudança climática exacerba esses fardos”, constatou Rao.