Audiência na comunidade da Barra do São Lourenço, a montante de Corumbá, foi realizada entre os dias 8 e 9 de agosto na sede da Associação de Moradores, para tratar da necessidade de mudança de local da Escola Municipal Rural Polo Barra do São Lourenço e também sobre a segurança territorial e o uso de recursos naturais.
A atual localização da escola coloca em situação de risco os alunos e professores, isto devido à erosão natural e gradativa da margem do rio, que nos períodos de cheia é agravada. Como também serve de alojamento, as crianças ficam muitas vezes isoladas, sem recreação e possibilidade de ensino de qualidade. Segundo a Diretora das Escolas das Rurais, Eliene Urquiza, tal erosão avançou nos últimos anos, o que ameaça a estrutura existente e reforça a necessidade de mudança para um local mais seguro. Problema com a fossa seca também são recorrentes, e os efluentes dos banheiros, atualmente, estão praticamente a céu aberto.
Além das famílias, estiveram presentes os representantes do Ministério Público Federal (MPF/MS), a Superintendência do Patrimônio da União em Mato Grosso do Sul (SPU/MS), Secretaria Municipal de Educação (SEMED/Corumbá/MS), representada pela Diretoria das Escolas Rurais, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (IBAMA/MS), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio/Cuiabá/10ª Região), Prefeitura Municipal de Corumbá, o diretor presidente da Ecoa – Ecologia e Ação, André Luiz Siqueira, a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – Campus Pantanal, Corumbá, representada pelo diretor da unidade, Aguinaldo Silva, e a presidente da Fundação de Meio Ambiente do Pantanal (FMAP) Ana Claudia Boabad.
Durante consulta à comunidade, ficou aprovada a licitação para reforma da atual escola, que teve início esta semana. Deste modo, no tempo de transição para uma área mais segura, as crianças e professores têm garantidas condições mínimas de ensino. A reforma é uma inciativa que ameniza as consequências de quatro anos de atraso dos investimentos na educação local.
Na ocasião, também houve a entrega oficial do Termo de Autorização de Uso Sustentável (TAUS) referente ao Aterro do Binega, uma grande conquista para a comunidade que há décadas sofre com os conflitos territoriais nas margens do rio Paraguai. A área também foi definida pela audiência pública como o local para as futuras instalações da nova escola da Barra.