O Estadão teve acesso a projeções feitas pela Agência Nacional das Águas (ANA) para o consumo de água no Brasil. A ANA estima que, em 2030, o país consumirá 24% mais água do que agora, um crescimento de quase 1,8% ao ano. Para o mesmo período, o IBGE estima um crescimento da população de 8%. O que explica esse aumento são as previsões de crescimento da atividade econômica, em geral maior que 2% ao ano. A ANA também atribui o aumento à urbanização continuada do país. Marcelo Cruz, diretor da ANA, afirma que “a perspectiva de crescimento é elevada e inspira um sinal de alerta, para que tenhamos uma gestão compatível. Não significa que estejamos em um cenário fora do controle, porque nossos números de oferta de água são confortáveis. Por outro, há muito a ser feito. Mais da metade das águas que retiramos dos nossos mananciais e produzimos não chega ao consumidor, por problemas de infraestrutura.”
As águas brasileiras foram suficientes para que só ocorressem disputas pontuais entre os usos de irrigação, geração de energia e abastecimento da população. Normativamente, a prioridade é o abastecimento da população. A ver como isso se desenrola num próximo governo que terá um poderoso Ministério da Agricultura.
Na foto de capa crianças da aldeia urbana Água Bonita – Campo Grande, MS – tomando água, por Marco Miatelo.