Texto originalmente publicado em 18 de agosto de 2016
Há um mês, uma força tarefa vem tentando combater os focos de incêndio na Serra do Amolar em Corumbá- MS, uma região que chama a atenção de todos por ser uma área de extrema importância para a conservação da biodiversidade, porém, é só mais uma das regiões do Pantanal que queimam quase todos os anos. Corumbá, por vários anos consecutivos liderou o ranking de focos de incêndio no estado e também no País.
É preciso lembrar que as queimadas são um problema crônico, portanto é preciso ir além do que já existe para resolver o problema. Em 2006, a Ecoa juntamente com a Secretaria do Meio Ambiente (SEMA), Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recurso Naturais (IBAMA), Parque Nacional do Pantanal Matogrossense e Instituto do Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (IMASUL), criaram a brigada contra queimadas. Esta brigada foi formada pela população local, que é fortemente impactada por este fenômeno, além de conhecerem muito bem a região e o seu entorno. No entanto, é preciso um esforço maior, pois não é só a Serra do Amolar, as áreas ao entorno também sofrem com as queimadas, como as regiões do Paraguai- Mirim, fronteira com a Bolívia e a Estrada Parque Pantanal.
A ribeirinha do Porto da Manga, na Estrada Parque Pantanal, Elizete Soares Garcia, falou assustada sobre a queimada de 2014: “A queimada era tão forte que a fumaça cobriu todo o rio. Estávamos navegando para trabalharmos e quase batemos num chata estacionada na margem, devido a fumaça”.
Este episódio e tantos outros, reforçam a importância de se pensar em um sistema de prevenção, comunicação e alerta de eventos climáticos extremos no Pantanal, como o que a Ecoa vem desenvolvendo em 2016. As comunidades ao entorno das regiões do Paraguai – Mirim e fronteira com a Bolívia também precisam ser inseridas no esforço da conservação da Biodiversidade para a criação de uma brigada permanente além da ampliação de campanhas como o Queimada Mata, já desenvolvido pela ONG em 2003.