Em um Workshop Virtual Áreas Protegidas no Pantanal, na última semana de junho (28 a 30 de junho), mais de 70 especialistas traçaram as bases de um planejamento estratégico para áreas protegidas no bioma.
Os profissionais, que atuam em mais de 20 iniciativas no Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, além de integrantes de redes nacionais e internacionais, discutiram sobre as oportunidades para a conservação do bioma e proteção das populações que vivem no território (comunidades tradicionais, indígenas e quilombolas). A partir das discussões, o grupo vai gerar um relatório que servirá de base para o plano estratégico, que será publicado em julho.
As discussões abordaram uma diversidade de temas, por exemplo, como as áreas protegidas podem se proteger dos grandes incêndios e como as comunidades podem ser envolvidas em atividades para a conservação. “Chegamos à conclusão de que vamos buscar caminhos alternativos para criação das Unidades de Conservação no Pantanal. Além da identificação e do fomento à criação de RPPNs – Reservas Particulares do Patrimônio Natural como uma possibilidade, também vamos atuar para viabilizar o uso das áreas da união por comunidades tradicionais, por meio do Termo de Autorização de Uso Sustentável (TAUS)”, pontua o biólogo que está à frente da iniciativa, Rafael Chiaravalloti, professor da ESCAS-IPÊ e pesquisador das organizações SCBI (EUA) e IPÊ, e diretor científico da Ecoa – Ecologia e Ação.
Como ponto de partida para o debate, o grupo utilizou o estudo desenvolvido pelas pesquisadoras do IPÊ, Angela Pellin, Jussara Reis e Giovana Dominicci sobre a relação entre a conservação do Pantanal e as áreas protegidas. Elas analisaram as características das áreas protegidas públicas e privadas, além de instrumentos de proteção existentes na região, identificando as fortalezas, fraquezas e as oportunidades no bioma.
“Apesar do Pantanal ser considerado Patrimônio Natural da Humanidade e Reserva da Biosfera pela Unesco, a área protegida por Unidades de Conservação públicas ou privadas ainda é pequena. Como resultado essas áreas sofrem com a falta de investimentos adequados para a sua proteção e gestão. Para avançar em uma agenda de conservação e usos sustentáveis no bioma é necessário um esforço integrado e multissetorial, agregando o poder público, sociedade civil, instituições de pesquisas, comunidades locais e proprietários de terras da região”, destaca Angela Pellin, especialista em Áreas Protegidas do IPÊ.
O evento foi realizado pelo IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas, junto com Smithsonian Conservation Biology Institute (SCBI), The Pew Charitable Trusts, Embrapa Pantanal e Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros (CENAP/ICMBio).
Participaram do Workshop Virtual Áreas Protegidas no Pantanal profissionais das organizações abaixo (em ordem alfabética).
Ampara Animal
APA Baía Negra
Barranco Alto EcoLodge
Comunidade da Barra do São Lourenço
Ecoa – Ecologia e Ação
Embrapa Pantanal
ESCAS-IPÊ – Escola Superior de Conservação Ambiental e Sustentabilidade
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama)
Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ)
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio)
Instituto das Mulheres Negras do Pantanal (IMNEGRA)
Instituto do Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul)
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA)
Ministério Público Federal (MPF / MS – Corumbá)
Natureza e Cultura Internacional
Panthera’s Conservation Scientist
Refúgio Ecológico Caiman
RPPN Alegria
RPPN Santa Cecília II
Secretaria de Estado do Meio Ambiente (SEMA-MT)
Sesc Pantanal
Sistema Nacional de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais (Prevfogo)/ Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA)
Smithsonian Conservation Biology Institute (SCBI)
SOS Pantanal
The Pew Charitable Trusts
Universidade Estadual de Mato Grosso (UNEMAT)
Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS)
Via Fauna
WWF-Brasil