Efeitos dos eventos climáticos nos preços dos alimentos e na conta de luz causam “um pouco de preocupação”, admite o ministro da Fazenda, Fernando Haddad

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Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil.

Via ClimaInfo

Assim como aconteceu na tragédia climática de maio no Rio Grande do Sul, quando o estado ficou praticamente submerso por 30 dias consecutivos, governo e empresas começam a fazer as contas sobre o impacto da seca extrema, das ondas de calor e dos incêndios recorde país afora nas contas públicas, nos resultados financeiros e nos indicadores econômicos. Um alerta que já havia sido dado por segmentos do agronegócio, principalmente hortifrutigranjeiros.

Se em agosto o IPCA registrou deflação de 0,02%, o índice inflacionário para os próximos meses traz preocupações ao governo causadas pelos eventos climáticos, admitiu o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O receio se dá principalmente com os preços dos alimentos e da energia elétrica, informam Valor, O Globo e Folha.

Na Amazônia, os rios Madeira e Negro já atingiram alguns dos níveis mais baixos da história, e comunidades sofrem com isolamento e obstáculos no abastecimento. Em Manaus, houve um melhor planejamento da indústria e do varejo para a seca deste ano frente ao que se viu em 2023, o que pode reduzir o risco de falta de insumos para fabricação e de produtos. Mas, se a estiagem se agravar, e com a pressão nos custos de frete elevada, a conta pode chegar este ano a R$ 500 milhões, segundo a CNN, e será repassada aos preços nas lojas. E há chance de desabastecimento no fim do ano.

O ministro da Integração Nacional, Waldez Góes, disse que o governo já leva em conta a possibilidade da seca e a falta de chuvas comprometerem a operação da hidrelétrica de Santo Antônio, em Rondônia. A baixa dos rios também pode comprometer o abastecimento de combustíveis em Manaus e outras cidades e comunidades de estados amazônicos.

A seca fez o Ministério de Minas e Energia ampliar a autorização para o acionamento de termelétricas a gás fóssil, que geram uma energia mais cara e mais suja. O MME avalia retomar o horário de verão para tentar evitar o racionamento de energia, relatam Valor, Folha e Exame.

O nível de armazenamento das hidrelétricas, que respondem pela maior fatia do abastecimento elétrico do país, tem apresentado quedas expressivas nos últimos meses devido à pior seca da série histórica, iniciada há 94 anos. Embora o cenário ainda não seja considerado alarmante, pode se agravar caso não se confirme a perspectiva de chuvas fartas a partir do fim de novembro, quando começa o período úmido, relata o Valor.

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