Via Estadão
Banido do mapa do setor elétrico pelo Ibama, o projeto de construção de um conjunto de hidrelétricas no Rio Tapajós, no Pará, voltou a ser considerado pela Eletrobrás como uma alternativa para aumentar sua geração de energia. A usina faz parte de uma lista de hidrelétricas que devem ser construídas pela estatal e acrescentar 21 mil megawatts (MW) à capacidade de oferta de eletricidade pela empresa a partir de 2022.
Em agosto deste ano, o Ibama arquivou o licenciamento ambiental de Tapajós, porque considerou falho o estudo de impacto socioambiental apresentado pela Eletrobrás. O instituto considerou que a construção de uma hidrelétrica do porte de Tapajós, com capacidade de gerar 8 mil MW, seria prejudicial, principalmente, à comunidade indígena Munduruku, que teria suas terras alagadas.
Desde então, a usina deixou de ser considerada uma alternativa e o mercado se acostumou à ideia de que projetos de megahidrelétricas ficariam no passado. Ontem, em seminário da Fundação Getulio Vargas (FGV), porém, o presidente da Eletrobrás, Wilson Ferreira Júnior, citou Tapajós como um dos projetos que pretende tirar do papel.
O diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Luiz Eduardo Barata, também defendeu a construção da usina. Já o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Luiz Augusto Barroso, disse que é preciso voltar a estudar o projeto, mas que, em um primeiro momento, prefere apostar em usinas de menor porte, de 400 MW a 700 MW.
“Vamos trabalhar para defender Tapajós, para esclarecer à sociedade que, a despeito das críticas dos ambientalistas, ela é boa para o Brasil, para a sociedade, para a economia, mas, sobretudo, para as regiões onde vai ser instalada. Não é razoável dispensar esse potencial”, disse Barata.