A intensificação da destruição florestal e das emissões de gases de efeito estufa na atmosfera está prejudicando a capacidade das plantas absorverem carbono. Pior: estamos chegando em um “ponto crítico”, a partir do qual as florestas não serão mais armazenadoras de carbono, mas sim emissoras dele. Um estudo publicado por pesquisadores dos EUA e Nova Zelândia na revista Science Advances analisou dados sobre a taxa de fotossíntese entre 1991 e 2015 e constatou que a capacidade de absorção do carbono diminuiu nesse período, inclusive em áreas como a Floresta Amazônica.
A partir dessas informações, os cientistas projetaram um cenário preocupante: na taxa atual de emissões, metade da flora e dos micróbios do solo da Terra pode estar exposta a temperaturas que prejudicam o processo de fotossíntese. Isso é particularmente perigoso em biomas ricos em carbono, como as florestas tropicais das América Latina, África e Ásia e as florestas boreais da Rússia e do Canadá. “Em muitos biomas, o aquecimento contínuo fará com que a fotossíntese diminua, enquanto as taxas de respiração aumentam exponencialmente, alterando o equilíbrio dos ecossistemas de sumidouro de carbono para fonte de carbono e acelerando as mudanças climáticas”, explicou George Koch, um dos pesquisadores envolvidos na análise.
Correio Braziliense, Independent e Inside Climate News repercutiram o estudo.