Texto originalmente publicado em: 07/11/06
A população que mora às margens do rio Madeira, tanto rural quanto urbana, irá mostrar por meio de um festival de arte e cultura os danos irreparáveis à cultura e à economia regional que podem advir com a construção da usina hidrelétricas no rio Madeira. O evento acontece no dia 11 de novembro de 2006, em Porto Velho (Rondônia), das 08h às 24h, na Praça da Estrada de Ferro Madeira Mamoré.
O Festival tem como principal finalidade mostrar a produção econômica e cultural da população ribeirinha. Expor visões e usos do rio Madeira ameaçado em seu equilíbrio devido a “modernização” desregrada da Amazônia Ocidental, processo este que tem agora como carro-chefe, o Complexo hidroviário e hidrelétrico do Madeira. A “modernização” acelerada que acompanhará os megaprojetos na região, pode impor a deterioração irreversível das tradições culturais locais. Daí a importância de um processo continuado de valorização da cultura e do modo de vida ribeirinhos, da auto-estima dessa cultura cabocla e singular.
Procurando estimular uma cultura de compromisso coletivo com o território e fortalecer a identidade socioambiental, o Festival oferecerá espaços para a interação cultural, artística e organizativa das populações urbanas com as populações rurais tradicionais como oficinas, demonstrações, vídeos, shows e exposições.
A produção ribeirinha terá destaque durante a exposição dos produtos agrícolas, extrativistas e artesanais, dando uma singela amostra a imensa biodiversidade da região, bem como da fertilidade natural das margens do Madeira. Grupos urbanos apresentarão um amplo repertório musical inspirado no nexo cidade-natureza-culturas tradicionais, com apresentações intercaladas por vídeo-documentários sobre os impactos dos megaprojetos hídricos. Organizações sociais apresentarão seus projetos, experiências de luta e propostas para um novo padrão de desenvolvimento regional, com integração social e ambiental.
PROGRAMAÇÃO
* Mostra de produtos da agricultura familiar, extrativistas, artesanais e indígenas;
* Vídeos ambientais e informativos.
-08:45 – Oficina de Homeopatia e Fitoterapia na Produção Agroecológica
Facilitador: Jurandy Mesquita
– 09:45 – Oficina de Sementes
Orientadora – Cris da BioArte
– 10:30 – “Farinhada ao vivo”
Feitio de farinha e derivados da mandioca
– 13:30 – Círculo de Debates
História de Resistência e Luta – MAB
– 14:15 – Oficinas Arirambas
* Móveis Rústicos;
* Papel Reciclado
– 15:00 – Círculo de Debates
As Energias Renováveis – Instituto Madeira Vivo
– 15:45 – Círculo de Debates
As Instituições Financeiras e os grandes projetos: privatizações e transnacionalização do território – Rede Brasil sobre Instituições Financeiras Multilateiras
– 16:45 – Apresentação de Teatro de Bonecos,
a partir de Oficinas de Educação Ambiental, com a peça: “O Encantamento dos Bonecos”
Mestre Bonequeiro – Sianis Shan
– 18hs às 24 hs – Início da Programação Musical e
Projeções de documentários
– Bado; Participação Bira Lourenço
– Zezinho Maranhão;
– Kalliko Viana e Branco Moraz;
– Jac Remador e Mumu;
– Movimento Hip Hop da Floresta;
– Leão do Norte;
– Quilomboclada;
– Ultimato.
Obs: os documentários serão projetados nos intervalos entre os músicos.
Local: Praça da Estrada de Ferro Madeira Mamoré
Dia 11 de novembro, de 8 horas às 24 horas.
Mais informações:
Daniela Lima – Assessora de Imprensa – Rede Brasil
Tel: (61) 3321-6108 ou (61) 9975-7964