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Gestão integrada em paisagens multifuncionais: o caso da Paisagem Modelo Pantanal

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Imagem gerada por inteligência artificial.

Localizada na borda oeste do Pantanal, nos municípios de Corumbá e Ladário (MS), a Paisagem Modelo Pantanal é um território de mais de 76 mil hectares que reúne uma diversidade de usos do solo, modos de vida e economias. Compreende áreas protegidas, como a Área de Proteção Ambiental (APA) Baía Negra e o Parque Natural Municipal Piraputangas, além de assentamentos rurais, fazendas de gado, áreas de mineração e comunidades tradicionais.

Essa configuração torna a Paisagem Modelo Pantanal um exemplo vivo de paisagem multifuncional, um espaço onde convivem múltiplos interesses: conservação da biodiversidade, agricultura familiar, pesca artesanal, coleta de iscas, pecuária, além da presença de atividades de mineração. Essa multifuncionalidade é refletida também na presença de brigadas comunitárias, associações e práticas de restauração ecológica que fortalecem a resiliência ambiental e social da região.

Paisagens como essa são complexas por natureza. A diversidade de usos e interesses exige estratégias de gestão que conciliem produção e conservação. O desafio é garantir que os benefícios, tanto ambientais quanto sociais e econômicos, sejam distribuídos de forma justa sem esgotar recursos naturais para as próximas gerações.

No mundo todo, as paisagens multifuncionais têm ganhado relevância como estratégia para enfrentar desafios complexos como mudanças climáticas, perda de biodiversidade e insegurança alimentar. “Iniciativas como os Model Forests, as Reservas da Biosfera e os programas de abordagem territorial integrada refletem esse paradigma, promovendo a articulação entre atores diversos e o manejo adaptativo do território”, afirma André Nunes, coordenador da Paisagem Modelo Pantanal.

Para ele, ao fortalecer vínculos entre conservação e desenvolvimento, as paisagens multifuncionais contribuem para construir economias mais resilientes, proteger modos de vida tradicionais e garantir o uso sustentável dos recursos naturais em longo prazo.

Na Paisagem Modelo Pantanal, um modelo de gestão participativa está sendo construído com representantes dos grupos interessados. O processo é pensado para facilitar o diálogo com governos e tomadores de decisão. Essa colaboração visa reforçar uma visão de território interdependente, onde cada grupo tem seu papel para a conservação e desenvolvimento sustentável no bioma.

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