A Bacia do Alto Paraguai (BAP) abriga o Pantanal, a maior planície alagada do planeta, e é uma das regiões mais importantes do Brasil. Composta por diversas sub-bacias, como as dos rios Cuiabá, Itiquira, Jauru, Sepotuba e Cabaçal, a BAP tem o rio Paraguai como sua veia central.
A conservação dessa região demanda estratégias amplas que levem em conta a complexidade e a interligação dos ecossistemas ali presentes. Pensando nisso, a especialista da ECOA, Fernanda Cano, desenvolveu um mapa de Áreas e Ações Prioritárias para a Conservação da BAP, utilizando a base de dados do Ministério do Meio Ambiente (MMA) e os conhecimentos das áreas trabalhadas pela ECOA no Pantanal.
Desde 2004, o MMA realiza levantamentos periódicos das Áreas Prioritárias para Conservação da Biodiversidade no Brasil, com base na metodologia Planejamento Sistemático da Conservação (PSC). Sua última atualização foi publicada em 2018.
O que o mapa revela?
O mapa identifica as áreas críticas e vulneráveis da BAP, onde os ecossistemas sofrem maior pressão devido a atividades como desmatamento, poluição e expansão agropecuária. Ao mesmo tempo, ele destaca regiões com alto potencial de recuperação ecológica, permitindo que ações de restauração sejam mais precisas e eficazes.
Por que o mapa é importante?
Mais que um diagnóstico, o mapa é uma bússola estratégica para orientar políticas públicas, e ações de conservação e recuperação ambiental com base em evidências científicas. Ele aponta caminhos baseados em evidências científicas e destaca as seguintes prioridades:
- Criação de Unidades de Conservação (UCs): Proteger fauna, flora e recursos hídricos.
- Recuperação de Áreas Degradadas: Melhorar solos e rios em regiões críticas.
- Fiscalização: Combater desmatamento e atividades ilegais.
- Uso Sustentável: Incentivar práticas econômicas que respeitem o meio ambiente.
Além disso, ele possibilita a integração de diferentes iniciativas, fortalecendo a gestão da bacia hidrográfica.
E os Comitês de Bacia Hidrográfica?
Os Comitês de Bacia Hidrográfica têm um papel central na gestão participativa da água. O mapa se torna um aliado importante, ajudando os comitês a:
- Definir prioridades: Identificar onde agir com urgência.
- Planejar ações estratégicas: Apoiar a criação de UCs e projetos de recuperação.
- Monitorar resultados: Acompanhar os impactos das ações implementadas.
- Promover diálogo: Integrar ciência, demandas locais e saberes tradicionais.
Com esse apoio, os comitês conseguem atuar de forma mais coordenada, protegendo os rios que sustentam o Pantanal e garantindo água em quantidade e qualidade para todos.
Referências:
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. 2ª atualização das áreas prioritárias para conservação da biodiversidade – 2018. Disponível em: https://www.gov.br/mma/pt-br/assuntos/biodiversidade-e-biomas/biomas-e-ecossistemas/conservacao-1/areas-prioritarias/2a-atualizacao-das-areas-prioritarias-para-conservacao-da-biodiversidade-2018. Acesso em: 18 dez. 2024.