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A nova versão Mapa Tectônico da América do Sul é uma realização conjunta do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) e do Serviço Geológico e Mineiro da Argentina (SEGEMAR), sob a égide da Comissão da Carta Geológica do Mundo (CGMW). O mapa atualiza as informações geológicas, geocronológicas, geofísicas, abrangendo ainda os tipos e idades das rochas, as características da crosta terrestre bem como a história geológica do continente Sul Americano. Adicionalmente, são apresentadas informações sobre as margens continentais e áreas oceânicas adjacentes ao continente.
O mapa possibilita um melhor entendimento sobre as áreas sujeitas a terremotos e vulcanismo assim como os locais mais propícios para se encontrar recursos minerais. Mostra ainda as regiões mais antigas de nosso continente, cuja formação ocorreu a mais 3,5 bilhões de anos. E também as regiões mais jovens e que estão em constante processo de movimento, como toda a Cadeia dos Andes. Além de sofrer terremotos frequentes, os Andes são caracterizados por vulcões que ocasionalmente entram em erupção.
A construção do mapa contou com a cooperação de cientistas de todos os países da América do Sul, sendo, desta forma, o produto de uma força tarefa de dimensões continentais. “O mapa construído na escala de 1:5.000.000, tem grande relevância científica mundial, pois traz informações geológicas atualizadas numa base cartográfica digital. A última versão desse mapa foi publicada em 1978, ou seja, há 38 anos”, explica Roberto Ventura, Diretor de Geologia e Recursos Minerais da CPRM.
O diretor destaca a importância da iniciativa que contribui de maneira significativa para a cooperação e o intercâmbio de pesquisadores dos serviços geológicos do Brasil e Argentina. Ventura acredita que o estudo pode ser uma formidável fonte de consulta para auxiliar turistas e viajantes que desejam conhecer o continente, especialmente a região andina, sujeita a vulcões e terremotos.
O professor da Universidade de São Paulo (USP), Umberto Cordani, a quem coube a coordenação geral do estudo, juntamente com o professor Victor Ramos da Universidade de Buenos Aires, comenta a importância do trabalho da CPRM. “Não teria sido possível um mapa tão abrangente sem contar com a contribuição dos profissionais da CPRM”, diz Cordani.
Leda Fraga, pesquisadora da CPRM e coautora do mapa juntamente com Inácio Delgado, concorda com o professor Cordani. “Foram investidos anos de trabalho e toda nossa expertise para elaborar um mapa com tamanha complexidade, integrando informações geocientíficas valiosas, dispostas em uma plataforma mais acessível para a sociedade”. A pesquisadora avalia que a sociedade precisa se apropriar desse conhecimento para entender melhor, por exemplo, os processos que levam a riscos geológicos.
O geólogo da CPRM, Carlos Schobbenhaus, vice-presidente da Comissão da Carta Geológica do Mundo (CGMW) para a América do Sul, diz que o mapa traz informações atuais da Cordilheira Andina e da Plataforma Sul Americana, ambos fazendo parte da Placa Sul-americana, bloco que se desloca lentamente para oeste, em colisão com a Placa de Nazca, causando vulcanismo, terremotos e tsunamis ao longo da cordilheira.
Schobbenhaus informa que o mapa também será disponibilizado em papel especial, impresso com recursos da UNESCO. “O mapa tem uma pequena redução de tamanho para a escala de 1:5,9 M para possibilitar sua impressão na França. O mapa em sua escala original (1:5 M) poderá ser baixado no site da CPRM”, explica.
O pesquisador ainda destaca que no site da CGMW também é possível ao internauta ter conhecimento de todos demais mapas continentais publicados no mundo pela Comissão, inclusive outros mapas do continente Sul-Americano, onde a CGMW atua há mais de 60 anos.