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O contexto econômico apresentado pelo Estudo da UFPR sobre a Hidrovia no Pantanal

4 minutos de leitura

•  A narrativa para provar a viabilidade econômica que não deu certo
• Autores desconhecem a realidade atual dos meios de exportação e apresentam estimativas futuras sem embasamento.
• Uma das barbaridades: consideram que quase 40% dos 90 milhões de soja e milho exportados do Brasil, sairão pela HPP
• Quem paga a conta?

Mais de 30 representantes de organizações não governamentais da Bolívia, Paraguai, Argentina e Brasil, junto a pescadores e líderes de comunidades pantaneiras, reuniram-se no início de maio em Cuiabá, MT, para atualizar diagnósticos sobre os graves problemas do Pantanal e da Bacia do Alto rio Paraguai (BAP), particularmente, a Hidrovia Paraná Paraguai (HPP): contexto histórico e atual.

O Estudo

O novo Projeto da HPP surge com o Estudo de Viabilidade Técnica Econômica e Ambiental (EVTEA) divulgado no ano passado. Suas fragilidades foram apresentadas e debatidas para avaliar impactos diretos; mapear iniciativas e outros projetos relacionados. Neste e em textos subsequentes, serão tratados, particularmente, os efeitos econômicos, ambientais e sociais, na perspectiva do Brasil, Bolívia e Argentina.

A narrativa para provar a viabilidade econômica – que não deu certo

Mauricio Galinkin, jornalista e engenheiro que já coordenou estudos sobre a Hidrovia Paraná Paraguai no passado, destacou o desconhecimento dos responsáveis pela elaboração do Estudo – Instituto Tecnológico de Transportes e Infraestrutura da Universidade Federal do Paraná (ITTI/UFPR) – sobre questões indispensáveis para uma obra de tal proporção. Por exemplo, desconhecem a realidade atual dos meios de exportação e apresentam estimativas futuras sem embasamento:

– Não reconhecem a existência de ferrovias (Ferronorte, Norte-Sul) e outra Hidrovia (Madeira);
– Não indicam custos do transporte atual feito pela Hidrovia;
– Apresentam dados não explicados sobre estimativas de exportação pela HPP – que são discrepantes com outras fontes buscadas;
– Desconsideram os custos de combustíveis, e a diferença entre o preço nos vários países, no custo do frete;

Além disso, indicam que quase 40% dos 90 milhões de soja e milho exportados do Brasil, sairão pela HPP. O que chamam de cargas perigosas, no Pantanal todas elas são: como a soja que normalmente recebe aplicações de inseticidas, tendo impactos diretos nos ecossistemas naturais.

Conclusão – Quem paga a Conta?

Já dita no título da publicação de 1994, coordenada por Maurício, a pergunta “quem paga a conta?” tem indicação de resposta: a população da região onde será implantada a hidrovia e, sendo o Pantanal, os custos não serão só econômicos, mas sociais e ambientais.

E, em mais detalhe sobre estes efeitos ambientais danosos ao Pantanal, Alcides Faria lançou uma Análise sobre o EVTEA, que também será apresentada em publicação no site da Ecoa. Além disso, os diagnósticos nas perspectivas da Bolívia e da Argentina para o megaprojeto da Hidrovia. Acompanhe.

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