Em carta assinada pelo Comitê Científico Sobre Mudanças Climáticas e Patrimônio do ICOMOS-BR, entidades e organizações da sociedade civil, dentre elas a Ecoa e a Rede Pantanal, é manifestada extrema preocupação com a gestão de combate aos incêndios que “assolam o Complexo de Áreas Protegidas do Pantanal, nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, Sítio do Patrimônio Natural da Humanidade (UNESCO, 2002)”.
No documento citam os dados que representam o ano com os maiores números de focos de incêndio das últimas 2 décadas e os efeitos negativos que já são sentidos no ambiente e pelas pessoas, situação agravada em tempos de pandemia. “Os incêndios no Pantanal ameaçam, além de toda a diversidade ambiental única desse local, a vida de povos indígenas, quilombolas, pescadores artesanais, ribeirinhos e extrativistas, forçam a remoção dessas comunidades de suas moradias e territórios, intensificam os conflitos historicamente existentes e agravados com a pandemia…”
Sobre a origem e provocação dos incêndios, são trazidas informações do Ibama/Prevfogo de que: “Os locais de origem de 55% dos focos de calor estão cadastradas como propriedades rurais e 98% dos incêndios no Pantanal são provocados por ações humanas (Ibama/Prevfogo), em especial para a limpeza de pastagens, queima de material de desmatamento e das estradas”.
São sinalizadas a falta de prevenção, combate e também negligências como o fato de serem ignoradas as previsões climáticas que contribuem para os incêndios. As consequências da falta de medidas preventivas para o combate reflete na insegurança das famílias e nos profissionais, os brigadistas, que ficam sob risco para o enfrentamento do fogo.
As organizações também chamam a atenção para que o poder público federal, estadual e municipal dialoguem de forma pragmática e consultem as comunidades para o planejamento de planos de contingenciamento e aprimoramento do combate aos incêndios no Pantanal.
