O Pantanal é reconhecidamente uma parte do Planeta com características especiais e particulares, características essas que permitiram à região atravessar os tempos guardando muito de sua biodiversidade e paisagens originais, mesmo impactado pela devastação do Cerrado e florestas de seu entorno.
Em alguns pantanais (sim, são vários!) é possível fazer uma viagem ao mais profundo mundo selvagem. Pode-se, por exemplo, navegar pelo rio Paraguai um dia inteiro sem que os olhos encontrem a presença de ocupação humana, tendo somente ao alcance mamíferos, aves e répteis disputando os peixes aprisionados nas rasas lagoas marginais que formaram-se quando as águas recuaram após espraiarem-se por toda a imensa planície durante a cheia. Este é um quadro que se repete a cada ano e é o período mais exuberante dos ciclos da vida neste ambiente.
O Pantanal é a área úmida com maior diversidade de aves no Planeta e, no país é com certeza a região com a melhor possibilidade de visualização de fauna no Brasil.
No Brasil o território pantaneiro divide-se entre os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, sendo que no primeiro está 40,3% de sua área e no segundo 59,7%.
Sua extensão é de cerca de 400 km; a largura 250 km e a área de aproximadamente 195 mil km2. Cerca de 150 mil km2 estão no Brasil, 31 mil na Bolívia e outros 14 mil no Paraguai.
Pantanal geológico
O Pantanal é uma grande depressão no centro da América do Sul que tornou-se, ao longo do tempo, uma grande “caixa” preenchida por areia e outros materiais trazidos das áreas vizinhas.
Tecnicamente é designado como uma bacia sedimentar – uma das seis bacias sedimentares brasileiras. Surgiu no Pleistoceno, o tempo geológico considerado entre 2,6 milhões até 11,5 mil de anos atrás. Sua espessura ultrapassa os 400 metros com sedimentos cenozoicos – a era geológica cenozoica iniciou-se há 65,5 milhões de anos e alcança até os dias de hoje. Coincide com a extinção dos dinossauros e o início da grande expansão dos mamíferos.
Texto publicado originalmente em 8 de março de 2016