/

Resiliência de sistemas sócio-ecológicos: drástica mudança sazonal é associada à economia e não à flexibilidade social entre pescadores no Pantanal brasileiro

3 minutos de leitura

Leia aqui o artigo completo “Resiliência de sistemas sócio-ecológicos: drástica mudança sazonal é associada com a economia e não com flexibilidade social entre pescadores no Pantanal brasileiro”, publicado na revista Ecology and Society, escrito, entre outros autores, por Rafael Chiaravalloti, diretor científico da Ecoa.

 

Resumo

Na tentativa de prever o impacto da mudança climática e ecológica predominante na subsistência, alguns insights podem ser gerados ao observar comunidades que experienciam variações extremas sazonais ou anuais. Neste artigo, comparamos redes ecológicas, econômicas e sociais de uma comunidade de pescadores tradicionais no Pantanal brasileiro, entre temporadas de secas e de cheias nas quais seu ecossistema de áreas úmidas é transformado. Utilizando dados derivados de imagens obtidas por satélite, nós mostramos que durante a temporada de cheia de 2019 o total de água liberada acessível para os pescadores mais que dobrou e deixou drásticas mudanças qualitativas. Nós mostramos que embora pescadores tenham se adaptado a essa extrema sazonalidade mudando onde, como e o que pescam durante as temporadas, a estrutura da rede social em nosso estudo de comunidade não se diferiu. Nós argumentamos que redes fortes são especialmente importantes em sistemas sócio-ecológicos com mudanças sazonais extremas. De um modo geral, nós sugerimos que estudos de caso de adaptação sazonal como as nossas podem contribuir para um maior entendimento de como comunidades podem ser capazes de se adaptar com sucesso às mudanças climáticas.

Palavras-chave: pescarias; resiliência; sistemas sócio-ecológicos; redes sociais; Pantanal.

 

Abstract

In attempting to predict the impact of major ecological or climatic change on livelihoods, insights can be gained by looking at communities who experience extreme seasonal or annual variation. Here, we compare the ecology, economy, and social network of a community of traditional fishers in the Brazilian Pantanal between the dry season and the flood season in which their wetland ecosystem is transformed. Using data derived from satellite imaging we show that during the flood season of 2019 the total amount of open water accessible to fishers more than doubled and led to drastic qualitative changes. We show that although fishers adapted to this extreme seasonality by changing where, how, and what they fish between seasons, the structure of the social network in our study community did not differ. We argue that strong networks are especially important in social-ecological systems with extreme seasonal changes. More generally, we suggest that case studies of seasonal adaptation such as ours can contribute to a broader understanding of how communities may be able to successfully adapt to novel social-ecological changes.

Key words: fisheries; resilience; social-ecological systems; socio-networks; the Pantanal.

Deixe uma resposta

Your email address will not be published.

Mais recente de Blog

Em novembro de 2023 a Ecoa participou de reunião com o presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Ilan Goldfajn, apresentando a necessidade de o Banco tivesse especial atenção para a América do Sul quanto à questão climática. A região precisaria do BID para apoiar projetos voltados para a mitigação de eventos climáticos extremos em diferentes territórios. As cidades “biomas” precisam de apoio especial para medidas básicas como a arborização adequada a esses novos tempos.

Hoje tivemos a alegria de receber na Ecoa, o produtor rural Nelson Mira Martins, criador da RPPN Água Branca – nova reserva reconhecida oficialmente pelo ICMBio, que garante a proteção definitiva da segunda maior cachoeira de Mato Grosso do Sul, no município de Pedro Gomes.Seu Nelson foi recebido pela pesquisadora Fernanda Cano, e Alcides Faria, diretor institucional e um dos fundadores da Ecoa, e conversaram sobre as possibilidades que se abrem com a preservação da cachoeira e a criação da RPPN.

Hoje tivemos a alegria de receber na Ecoa, o produtor rural Nelson Mira Martins, proprietário da