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Setenta e duas barragens contra o Pantanal

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Pescador artesanal profissional da Comunidade Tradicional da Barra do São Lourenço (Foto: Jean Fernandes)

– Evento na Câmara dos Deputados em Brasília mostrou o objetivo dos barrageiros.

– Danos ecológicos e econômicos serão irreparáveis.

Barrageiros apresentaram recentemente em Brasília, em audiência na Comissão de Minas e Energia da Câmara Deputados, sua contabilidade/agenda para a destruição do Pantanal: a construção de 72 represas na Bacia do Alto Paraguai (BAP), região que abastece a planície pantaneira. Os defensores das barragens têm como porta-voz a Abragel, Associação Brasileira de Geração de Energia Limpa. Na audiência, a Associação defendeu que mais 72 represas podem ser construídas e enumerou as que já estão em operação.

Modelo digital de elevação da região da depressão do Alto Paraguai, onde se encontra a bacia sedimentar do Pantanal Mato-Grossense(Assine, 2010).

Estudos da Agencia Nacional de Águas (ANA) envolvendo dezenas de pesquisadores, apontaram os irreparáveis danos que tais empreendimentos causarão para o Pantanal, a começar pela economia por impedir  a reprodução das espécies migratórias de peixes em função do barramento dos cursos de água. Em rios da BAP com barragens, como o Jauru (MT) e o Correntes (MS/MT), os danos ecológicos e econômicos são evidentes.

A pesca é a atividade que mais gera trabalho e renda no Pantanal, garantindo a sobrevivência de milhares de ribeirinhos e, em tempos tão difíceis, permite empregos para funcionários das agências de viagens, hotéis, restaurantes e trabalhadores do turismo de pesca. Dentre estes últimos incluem-se os dos estaleiros voltados para os barcos turísticos.

 

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