O sociólogo Alfredo Menezes se posicionou contra a construção de PCHs (Pequenas Centrais Hidrelétricas) no Rio Cuiabá.
Para Alfredo, os responsáveis que trabalham na questão das PCHs deveriam dar uma atenção maior ao valor histórico do Rio Cuiabá para a Baixada Cuiabana.
“É um rio que tem uma história, que deu vida a Cuiabá, Várzea Grande, Barão de Melgaço, Santo Antônio, Rosário Oeste. Tem uma cultura ribeirinha, nasceu músicas às margens desse rio”, disse em vídeo divulgado pelo deputado estadual Wilson Santos (PSD).
“Por que construir cinco, seis PCHs no Rio Cuiabá se tem tantos outros lugares no Estado que isso pode ser feito?”, questionou.
No ano passado a Assembleia Legislativa havia aprovado uma lei que vetava a construção das usinas no rio. Nesta semana, no entanto, o Supremo Tribunal Federal (STF) julgou a legislação inconstitucional e derrubou a proibição.
O historiador reiterou que a crítica às PCHs é unânime entre a população da Baixada Cuiabana.
“Se fizer um levantamento, um plebiscito com a Baixada Cuiabana ou vale do Rio Cuiabá, vai ser uma goleada contra a construção dessas PCHs”, afirmou.
“Isso tem repercussão também na área política. Preste atenção, faça pesquisa, converse com a população e eu não tenho dúvida em afirmar que a maioria da população é contra”, acrescentou.
Além do valor cultural, a questão da construção de usinas no rio também levou a uma discussão ambiental.
Ao defenderem a lei estadual, os deputados da Assembleia enfatizaram os danos ao Pantanal que as PCHs causariam.
O presidente da Casa de Leis, deputado Eduardo Botelho (União), chegou a apelar ao relator, ministro Edson Fachin e caracterizou a possível construção como “catastrófica” ao meio ambiente.