Turismo de Base Comunitária

De acordo com a definição do Ministério do Turismo em sua página virtual, Turismo de Base Comunitária, são iniciativas e atividades protagonizadas pelas comunidades locais que, se ordenadas e bem estruturadas, representam importantes experiências turísticas, agregando valor aos roteiros e geram emprego e renda para a região.

Foi então que em abril de 2011, a Ecoa – Ecologia e Ação, com o apoio do Ministério da Justiça passou a executar esta iniciativa no Pantanal, a fim de diagnosticar as potêncialidades turísticas das três regiões abrangentes pelo projeto (Serra do AmolarEstrada Parque Pantanal e Porto Murtinho), realizando também um diagnóstico econômico e sócio-ambiental, além é claro de capacitar os moradores para a atividade turística.


Confira abaixo a justificativa do projeto:

Apesar dos reconhecidos valores ambientais, sociais e econômicos do Pantanal, esta grande área úmida enfrenta graves processos de degradação ambiental com repercussões sociais e econômicas negativas a curto, médio e longo prazo. Um destes processos é o do desmatamento para produção de carvão para as siderúrgicas e constituição de pastagens. Recentemente a Folha de São Paulo noticiou que nos últimos três anos cerca de 270 mil hectares de matas nativas do Pantanal de Mato Grosso do Sul, o que equivale a duas vezes o território da cidade de São Paulo, foi desflorestado e o Ministério do Meio Ambiente mostrou que o índice de desmatamento é, proporcionalmente, maior que o da Amazônia. Outras atividades também contribuem para a degradação ambiental, dentre elas a pesca predatória, o uso de defensivos agrícolas na parte alta da bacia pantaneira e as inúmeras queimadas que se sucedem a cada ano.

No conjunto, as atividades apontadas determinam alterações no funcionamento do macro sistema que é o Pantanal e também alterações específicas nos diversos ecossistemas (sub-regiões), com impactos sobre as espécies, com conseqüências diretas para a sobrevivência das comunidades tradicionais, particularmente aquelas que vivem da pesca artesanal e da coleta de isca viva para comercialização aos turistas.

Com a recente retomada da economia brasileira, o turismo no Pantanal está em expansão trazendo, por um lado novas perspectivas de desenvolvimento com geração de trabalho e renda, mas, ao mesmo tempo, provoca preocupações com possíveis impactos ambientais e sociais negativos, quanto ao não ordenamento da atividade em áreas protegidas, a baixa qualificação para o turismo contemplativo e no campo social a prostituição é uma das maiores preocupações.

Apesar dos esforços de organismos governamentais e não governamentais para a reversão dos danos, os resultados indicam que um dos caminhos que necessitam entrar na agenda regional é de investimentos em projetos estratégicos com aspectos que integram os contextos sociais, ambientais e econômicos como meio de valorizar o Pantanal por suas condições naturais, contendo a degradação, ao mesmo tempo em que se amplia a renda familiar e avança no sentido de estabelecer modelos replicáveis para várias regiões no território.

Merece atenção especial, neste contexto, a dimensão social desse projeto e sua relação com possíveis mudanças climáticas. Transformações profundas no meio físico e biológico causadas por grandes alterações no clima, atingindo diretamente as populações ribeirinhas mais vulneráveis com menor possibilidade de buscar alternativas, podem promover situações que tornarão a vida das famílias ainda mais difícil. Recentemente tivemos um exemplo em uma região onde uma seca obrigou coletores de iscas a buscarem como alternativa a produção de carvão para as siderúrgicas.

Nos marcos do objeto desta proposta –  diagnóstico, articulação, capacitação de comunidades para o turismo ambiental, produção de material didático de referência  para divulgação geral e de informação para as comunidades e implantação de dois projetos piloto nas comunidades de Porto da Manga e Serra do Amolar (Barra do rio São Lourenço) – o ecoturismo ou o turismo ambiental com base comunitária é a área entendida como de grande potencial para atender ao trabalho constante de contenção da degradação e ao mesmo tempo geradora de alternativas sustentáveis para as populações locais.

Justifica o objeto proposto, além da necessidade de projetos estratégicos com aspectos integradores sociais, ambientais e econômicos, o fato de a proponente, a Ecoa, atuar com comunidades no Pantanal desde 1994, onde realiza pesquisas e executa projetos de sustentabilidade em parcerias com instituições governamentais e não governamentais, levando à criação de uma metodologia denominada “Desenvolvimento Integral de Comunidades”, a qual tem como base a construção da cidadania através da organização autônoma de comunidades vulneráveis e a busca de cooperação com outras instituições para estabelecer processos com uma abordagem ampla nas áreas de associativismo, saúde, educação, desenvolvimento econômico e conservação da biodiversidade.

 


 

FINANCIADOR DO PROJETO:

MINISTÉRIO DA JUSTIÇA

SECRETARIA DE DIREITO ECONÔMICO – SDE

CONSELHO FEDERAL GESTOR DO FUNDO DE DEFESA DE DIREITOS DIFUSOS – CFDD

 

 

Endereço:

Ministério da Justiça, Esplanada dos Ministérios, Bloco T, Edifício Sede, 5° Andar, Salas 505 e 507, CEP: 70.064-900, Brasília – DF

Contato:

Telefones (61) 2025-3488, 2025-9133, 2025-3012, 2025-3542, 2025 3623, 2025-3988 – Fax (61) 2025-3005

 

Projeto:

“Ações para o turismo de base comunitária na contenção da degradação do Pantanal”

 

Convênio de nº 755384/2011

 

Período de vigência:

Início: 12/04/2011

Término: 31/05/2012

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