De acordo com matéria recente publicada pelo The Guardian “‘Losing Noah’s Ark’: Brazil’s plan to turn the Pantanal into waterway threatens world’s biggest wetland”, o Pantanal sofre grandes riscos com o projeto da Hidrovia Paraná Paraguai (HPP). O bioma é responsável por abrigar milhares de espécies de animais e plantas, além de ser um importante agente para absorção de CO₂ da atmosfera.
O clima do Pantanal é fortemente influenciado pela evaporação das suas águas e pela formação de nuvens. Se houver uma diminuição nas áreas alagadas, o clima da região sofrerá impactos negativos, que seriam agravados pelas alterações climáticas. Isso pode resultar em períodos prolongados de seca, temperaturas extremas e chuvas intensas em intervalos curtos, aumentando assim o risco de incêndios nas planícies.
Além disso, as previsões apontam que o Rio Paraguai enfrenta vulnerabilidades em relação às mudanças climáticas, com possibilidade de redução nos níveis de água, o que comprometeria a navegação de grandes barcaças.
Em resposta ao artigo do The Guardian, o Ministério de Portos e Aeroportos disse que as preocupações levantadas sobre danos ambientais eram “opiniões” sem “elementos científicos para apoiá-las”, e que um debate para cada projeto seria realizado.
A opinião da Ecoa
Alcides Faria, biólogo e diretor da Ecoa, com várias publicações sobre a Hidrovia Paraná Paraguai, considera a declaração do ministro uma mostra de total desconhecimento do Brasil e, menos ainda, sobre o Pantanal. Dezenas de trabalhos foram publicados sobre os danos do empreendimento e falhas em análises governamentais, ao clicar aqui você pode conferir o documento elaborado pelo diretor da Ecoa sobre o EVTEA (Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental de rodovias) preparado a mando do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes).
