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É mel! Não, espera…

4 minutos de leitura

iasmim

Por Iasmim Amiden (Ecoa – Ecologia e Ação)
Iasmim é jornalista e coordena o Programa Oásis de Conservação de Polinizadores, da Ecoa

 

Atenção redobrada é pouco.

Não é de hoje: Em 2011, méis foram encontrados no comércio da cidade de Dourados, MS, com desinfetante à base de eucalipto, o que dava o ‘aroma’ diferenciado e até mesmo atrativo, por sua relação ao mel monofloral, isto é, aquele que provém de uma única florada específica visitada pelas abelhas. Os produtos, claro, foram retirados do mercado, mas não se engane, porque outros ainda podem estar por aí. E não estou falando só de desinfetante (este por si só parece uma loucura! Você se pergunta: como não vou perceber que não é mel?), mas de adulterações outras, que em excesso também podem ser prejudiciais à saúde.

Caso recente: Em Rio Claro, SP, foram apreendidos cerca de 100 litros de mel pela Vigilância Sanitária do município, por adulteração do produto com uso de açúcar e excesso de glicose. Amostras desse mel foram encaminhadas pela EPTV (afiliada da TV Globo) para a Universidade Estadual Paulista (Unesp), Campus de Rio Claro, para análise, em que foram comprovadas as adulterações. O processo poderá resultar em multa e outras punições.

Análise em laboratório: Já existem há um tempo, análises feitas em laboratórios sobre a integridade do mel. O Laboratório Thomson de Espectrometria de Massas, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), por exemplo, realiza análises de baixo custo e de alta sensibilidade. Os resultados servem para atestar controle de qualidade, importante ao consumidor. Permitem conhecer a origem do mel (eucalipto, silvestre, etc.) e a existência de substâncias estranhas no produto.

Faça um teste em casa: Uma das possibilidades para verificar se o mel foi adulterado é por diluição – a água na forma poderosa de ferramenta de análise. Confira o vídeo que a Ecoa fez para mostrar o passo a passo deste teste.

 

Veja bem, não é por ter cores ou aromas diferentes que o mel é falso, ou foi adulterado, mas sim porque nas entranhas de sua composição, contêm substâncias extras – insertadas pelo produtor, muitas vezes, para aumentar a quantidade de mel. Estas se tornam mais difíceis para perceber, e por isso é importante sempre questionar sobre a origem do produto.

Obs.: As análises feitas em laboratórios são muito mais eficientes, pois estas conseguem detectar substâncias muitas vezes não notadas facilmente.

 

Foto de Capa por Westend61 via Getty Images.

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Com informações de:
Mel, melado ou adulterado – Agência Fapesp
Mel adulterado tem até desinfetante – Dourados Agora
Mel apreendido em Rio Claro foi adulterado com açúcar ou glicose, aponta análise feita pela Unesp – G1

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