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Rios do Pantanal: Bacia Hidrográfica do Rio Negro

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Parte das águas do Rio Negro na cidade que leva seu nome em Mato Grosso do Sul (Foto: Cidades Turísticas)

Localização: A Bacia Hidrográfica do Rio Negro tem cerca de 34.948 km²  de área de drenagem, com uma extensão de 527 km. Localizada na região central do estado de Mato Grosso do Sul, suas nascentes são encontradas na Serra de Maracajú e Serra Negra, numa altitude de 400 metros (SEMA, 2003). 

As cachoeiras em Rio Negro (MS) formadas na bacia atraem turistas à essa região (Foto: Rio Negro MS/Divulgação)

Municípios: Os municípios contemplados pela bacia são Rio Verde de Mato Grosso, São Gabriel do Oeste, Aquidauana, Corumbá, Corguinho, Dois Irmãos do Buriti e Rio Negro (MS, 2009). 

Economia: Os municípios têm grande representatividade nos setores da agricultura e turismo (Tiviroli et al., 2009). Ainda assim, há maior representatividade da pecuária extensiva na economia da bacia, e, em consequência, também há forte presença de indústrias focadas do ramo de laticínios e matadouros. Há, ainda, grande influência do comércio nas áreas urbanas, que têm experimentado uma trajetória contínua de empobrecimento territorial (Souza et al., 2013). 

Outros pontos relevantes: A rede hidrográfica da bacia é formada pelos rios Negro, do Peixe, Negrinho, Criminoso e Taboco, além dos córregos do Garimpo, Anhuma, do Acampamento, Branco, Mimoso e Baguaçu, pelas vazantes do Castelo, do Brejão, Grande, Mangabal, Santa Clara e Alegria e pelo corixo Vermelho (MS, 2009). A densidade de drenagem mais representativa encontra-se sob o comando hidrodinâmico do canal do rio Negro, que recebe tributários do Segundo Patamar e Patamar Taquari-Itiquira, sobressaindo-se as sub-bacias dos rios do Peixe, do Garimpo e do Negrinho. Pode ser classificado como rio de planalto no trecho que ocorre paralelo às escarpas das serras de Maracajú e Negra, com leito rochoso formado por saltos e corredeiras e como rio de planície quando adentra na depressão do Pantanal. Durante a estiagem segmenta-se e alterna-se com épocas de cheias quando extravasa. As águas acabam formando grandes áreas alagadas, com inúmeras lagoas temporárias de pequenas dimensões (Souza et al., 2013). Ao analisar a vulnerabilidade natural da bacia concluiu-se que as áreas apresentam baixo risco a erosão, já que apresentam maior estabilidade devido a sua localização plana. Apesar disso, é possível afirmar que a implementação de certos empreendimentos na região não é aconselhável por tratar-se de área alagável e patrimônio protegido por lei (Tiviroli et al., 2009). A área da bacia também sofre outras ameaças relatadas pelo Imasul (2009), como o tráfico frequente de aves e animais silvestres, desmatamento ilegal de áreas ciliares que apresentam importância fundamental para proteção do Rio Negro, além de registros de queimadas ilegais, pesca predatória e introdução de espécies que não naturais a esse ecossistema, como o mexilhão dourado chinês e o caramujo-gigante-africano.  

Esta publicação faz parte de um levantamento sobre as sub-bacias da BAP para a formação de um Mapa Interativo.

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Nathália Rocha

Este levantamento foi realizado por Nathália Rocha. Nathália é graduada em Ciências Biológicas (UFMS) e Mestranda em Ecologia e Conservação (UFMS). Atuou como pesquisadora na Ecoa entre 2019 – 2020 no Programa Oásis de Conservação de Polinizadores e na Agenda de Infraestrutura e Energia.

 

Referências:

MATO GROSSO DO SUL. 2009. Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul/IMASUL. Diretoria de Desenvolvimento. Relatório de Qualidade das Águas Superficiais do Estado de Mato Grosso do Sul, MS. p.240.

Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos/Instituto de Meio Ambiente Pantanal. 2005. Projeto GEF Pantanal/Alto Paraguai – Implementação de Práticas de Gerenciamento Integrado da Bacia Hidrográfica para o Pantanal e Alto Paraguai (ANA/GEF/PNUMA/OEA). Gerenciamento de Recursos Hídricos nas Vizinhanças da Cidade de Corumbá (MS). p.127.

Souza, A.; Fontenele, S.B.; Oliveira, A.P.G.; Lastoria, G.; Gabas, S.; Dias, C. 2013. Similaridade da qualidade das águas superficiais da bacia do Rio Negro, MS. Revista do Centro de Ciências Naturais e Exatas – UFSM, v.35, n.2, p.176-189.

Tiviroli, V.A.; Filho, A.C.P.; Diodato, M.A.; Grigio, A.M.; Facincani, E.M. 2009. Anáise da vulnerabilidade natural da bacia do Rio Negro – MS. Anais 2º Simpósio de Geotecnologia no Pantanal, Corumbá. Embrapa Informática Agropecuária/INPE, p.659-669.

Foto de capa: (Foto: Rio Negro MS/Divulgação

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