Por Luiza Rosa.
Seis represas estão previstas para serem instaladas ao longo do rio Cuiabá, zona vermelha, segundo a Agência Nacional de Águas (ANA), ou seja, zona de grande impacto ambiental para toda a Bacia do Alto rio Paraguai (BAP). São elas: Angatu I, Angatu II, Iratambé I, Iratambé II, Guapira II, e Perudá, previstas para serem instaladas no estado de Mato Grosso, nos municípios de Nobres, Rosário Oeste, Jangada, Acorizal, Várzea Grande e Cuiabá.
Os impactos vão desde a perda conectividade entre planície e planalto, o que afeta diretamente no processo migratório dos peixes, a perda de nutrientes e sedimentos importantes para a sobrevivência dos rios, até a alteração do regime hidrológico, que poderá ser sentida em toda a planície pantaneira.
Segundo Márcia Divina, pesquisadora da Embrapa Pantanal, o rio Cuiabá deve permanecer livre de represas. Durante evento promovido pela Ecoa, em fevereiro deste ano, para análise das contribuições de estudos realizados pela Agência Nacional de Águas sobre os impactos da usinas hidrelétricas sobre o Pantanal e a Bacia do Alto Paraguai, Divina mostra um mapa no qual estão destacados os rios Sepotuba, Cuiabá, Itiquira e todo o sistema do Taquari, dizendo que devem ficar com o fluxo de nutrientes e sedimentos livres. “A gente não pode perder essa conectividade de planície e planalto com esses barramentos nos rios, eles vão provocar mudanças significativas. A nossa sugestão é que esses rios fiquem livres de barramento.”, diz a pesquisadora.
Segundo os estudos de avaliação dos efeitos da implantação de empreendimentos hidrelétricos elaborados pela Fundação Eliseu Alves à pedido da Agência Nacional de Água, este rio também deve continuar livre de barramentos. Estes empreendimentos estão na zona vermelha, chamada de zona de conflito, pois são aquelas que possuem rotas migratórias de peixes e são muito importantes para a sua conservação.
Veja abaixo o mapa que mostra as zonas de conflito e as represas em processo de licenciamento no rio Cuiabá: