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Incêndios – Pantanal em alerta

3 minutos de leitura
Foto: Thainan Bornato

Por Alcides Faria, biólogo e diretor executivo da Ecoa.

 

A Ecoa acompanha diariamente a situação no Pantanal quanto a incêndios. A partir do dia 12 julho fizemos consultas a algumas comunidades ao longo do rio Paraguai – o rio que drena as águas que chegam na planície pantaneira – e fazendeiros/as para saber o quadro quanto aos incêndios, o qual, em resumo, é o seguinte:

– As águas estão muito baixas e o rio não ocupou a planície, com uma extensa área que pode ser queimada.

– Em muitas regiões se terá dificuldade para conter o fogo, pois com as águas baixas canais naturais para se alcançar corixos e baias estão trancados por vegetação e sem a água que poderia ser utilizada para apagar as chamas.

– Algumas famílias já avistam incêndios nas proximidades – chamaram de “fogaréu” – e estão temerosas de que avancem. Este é o caso de Porto Esperança, a jusante do município de Corumbá, MS, onde vivem, na margem esquerda do rio Paraguai, 48 famílias. Um incêndio – chamaram de “fogaréu” – avança na margem direita, oposta onde vivem, como aconteceu em 2019. Temem que o vento “transfira” chamas para a margem onde vivem.

– Alguns proprietários treinaram funcionários através do Prevfogo para serem brigadistas de combate a incêndios, mas alguns estão muito temerosos pela ação de vizinhos.

– O quadro é de muita seca e sem perspectiva de chuva.

– Apesar de um menor número de focos em 2021 do que em 2020 no mesmo período a postura de ALERTA total não deve ser relaxado. É o que avalia o Prevfogo/Ibama, considerando que os meses de abril, maio e junho de 2020 foram excepcionais por várias razões, a começar pelas condições climáticas.

– Os focos de incêndio no Pantanal aumentaram a partir de julho. Levantamento da Ecoa indica queima mais acentuada no que chamamos de “arco do desmatamento”; também em Porto Murtinho, MS, na fronteira com o Paraguai e em Corumbá, MS.

Na próxima semana teremos uma nova avaliação.

 

Foto de capa: Prevfogo/Ibama realiza curso de capacitação de brigadas comunitárias na APA Baía Negra. Foto: Frico Guimarães.

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