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Marina Silva lança plano contra incêndios no Pantanal

12 minutos de leitura
marina e ministério do meio ambiente
2022 10 14 Marina Silva

Plano de Ação contra incêndios no Pantanal é inédito, pois pela primeira vez o Governo se prepara para lidar com o fogo antes que este ocorra.

  • Marina Silva lança Plano de Ação para Manejo Integrado do Fogo no Pantanal;
  • Prevenção, Preparação e Combate são os eixos do Plano, que integra uma série de ações práticas para lidar com incêndios;
  • Ecoa teve papel de destaque na elaboração da iniciativa, ao reforçar para Ministério do Meio Ambiente a necessidade de um plano sistematizado para evitar novos incêndios no Pantanal;
  • Brigadas de prevenção e combate a incêndios possuem papel central no Plano.
  • A Ecoa possui um longo histórico de atuação com brigadas, estando diretamente envolvida na formação de 25 brigadas voluntárias no Pantanal e Cerrado, formadas por 175 brigadistas.

 

Marina Silva, ministra do Meio Ambiente, realizou na última terça (18) o lançamento do Plano de Ação para o Manejo Integrado do Fogo no Pantanal, que integra uma série de ações práticas diante do risco de incêndios no Pantanal. Em um momento histórico, o Governo Federal se prepara com antecedência para proteger o Pantanal contra os incêndios.  

Prevenção, Preparação e Combate são os três eixos que guiam as ações propostas no Plano de Ação. O intuito é que as ações se iniciem no Pantanal, mas que sejam expandidas gradualmente para outras regiões do país.  

O Plano é coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente, o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Energias Renováveis (IBAMA) por meio do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais, o Prevfogo.  

Foto: Manuela Nicodemos

Sua concretização envolve também a participação de diversos atores, como órgãos de pesquisa, organizações da sociedade civil, escolas, órgãos de fiscalização, assim como as esferas legislativa e executiva. Além disso, o Plano inclui a articulação interministerial, com participação do Ministério da Educação (MEC) e Ministério dos Transportes, por meio do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).

“Observa-se que a temática do fogo demanda uma integração entre poder público, iniciativa privada e sociedade civil, no sentido de sensibilização para uma questão que abrange e afeta a todos, direta ou indiretamente, principalmente quando se considera a contribuição significativa dos incêndios às mudanças climáticas globais” – trecho do Resumo Executivo   

O Resumo executivo do Plano contra incêndios pode ser acessado aqui.  

Incêndio na Serra do Amolar, no Pantanal – Foto: Andre Zumak

A Ecoa tem trabalhado constantemente para trazer o Pantanal para o centro das ações do Ministério do Meio Ambiente.  

A organização atuou junto ao Grupo de Transição do novo Governo para reforçar a necessidade de ações preventivas quanto a incêndios no Pantanal e outras regiões. Além disso, no começo deste ano, participou de reuniões com o PrevFogo/IBAMA, onde reforçou a necessidade urgente de pensar um plano sistematizado para evitar novas tragédias de incêndios no Pantanal. Durante o evento de lançamento, João Paulo Capobianco, Secretário-Executivo do MMA, afirmou que a organização teve grande responsabilidade na elaboração do Plano de Ação. 

Leia também: Incêndios no Pantanal na Agenda da Transição

André Siqueira, presidente da Ecoa, esteve presente no evento de lançamento do Plano. Na ocasião, reforçou o trabalho fundamental das brigadas comunitárias de combate e prevenção aos incêndios.  

A Ecoa possui um longo histórico de atuação com brigadas, estando diretamente envolvida na formação de 25 brigadas voluntárias no Pantanal e Cerrado, formadas por 175 brigadistas. Para isso, contou com o treinamento feito Prevfogo/Ibama e com apoio do WWF e o Fundo CASA na formação de parte delas. Algumas estão localizadas em aldeias indígenas, outras em comunidades ao longo dos rios e em fazendas.

Leia também: Heróis do Pantanal contra o fogo – o trabalho das brigadas voluntárias

As e os brigadistas têm a função primária educacional de prevenção e dimensionamento dos riscos dos incêndios para a saúde e o ambiente. São elas que podem fazer, em cada região, o primeiro combate ao fogo e, caso necessário, mobilizar outros recursos.

Um dos próximos passos para manter os membros das brigadas mobilizados, trocando informações e aprendizado é a proposta da Ecoa para criação da Rede de Brigadas Voluntárias de Combate a Incêndios no Pantanal, que está em discussão.

A iniciativa estratégica é apoiada na experiência de vários grupos locais e organizações que atuam preventivamente e no combate direto aos incêndios na região. A proposta tem apoio inclusive do Prevfogo/Ibama. Considerando que o Pantanal se estende por Bolívia e Paraguai, no horizonte está a inclusão de organizações desses países.
Em destaque, João Leôncio, brigadista e líder Terena da aldeia Mãe Terra, em Miranda (MS) – Foto: Victor Hugo Sanches.

 Segundo André Luiz Siqueira, um dos pontos fortes do plano é o destaque dado à prevenção e sensibilização. 

“Nós só falávamos de fogo quando tudo já estava queimando, era algo notório aqui na planície pantaneira. Sempre falo que, pelas peculiaridades do Pantanal, deixar para lidar com os incêndios é um mau negócio. A prevenção é o melhor caminho e é um dos pontos fundamentais do Plano”.

André Siqueira em formação da brigada Ilha do Baguari, no Paraguai-Mirim, formada somente por mulheres (Foto: Victor Sanches)

PONTOS PRINCIPAIS 

No âmbito de prevenção, o plano reúne uma série de ações para evitar a ocorrência dos incêndios ou diminuir sua severidade. Entre elas, estão:  

  • Ações educativas em escolas;  
  • Queima prescrita feita por pessoas qualificadas para diminuir combustível;  
  • Veiculação de conteúdos sobre fogo no Pantanal em redes sociais, TV e rádio;  
  • Plataformas para monitoramento, processamento e divulgação de informações sobre incêndios; 
  • Articulação para aprovação da Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo;  
  • Ações para diminuir risco de incêndios que se iniciam nas rodovias;  
  • Integração com organizações do terceiro setor que atuam no Pantanal 

No eixo de preparação, são elencados também direcionamentos para organizar estruturas de pessoal, equipamentos e bases operacionais para combate aos incêndios no Pantanal. Entre as ações, estão:  

  • Aumento do número de brigadistas contratados para o combate aos incêndios no Pantanal e melhoria nas estruturas físicas, de equipamentos e ferramentas. 
  • Construção de 80 quilômetros de aceiros para impedir o avanço de incêndios florestais. 
  • Disponibilização de aeronaves e carros para deslocamento das brigadas para locais de difícil acesso; 
  • Geração e a sistematização de informações de qualidade para planejamento e estratégias de combate mais precisas.  
  • Otimização na resposta aos incêndios florestais com a participação de instituições de resposta do governo e sociedade civil. 

Já no quesito de combate, são propostas ações voltadas para controlar e extinguir todos os focos de incêndio de forma organizada, segura e eficiente. Algumas delas são: 

  • Possibilitar acesso a informações sistematizadas sobre área queimada diária, perigo de fogo, focos de calor, imagens de satélite, etc. 
  • Estruturar Operação de Combate Pantanal 2023, que inclui montar base operacional, deixar brigadas de outras regiões de sobreaviso, além de ampliação das brigadas contratadas no Pantanal. 

O Resumo executivo do Plano pode ser acessado aqui.  

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