-No Tocantins, 29% da área do Cerrado foi perdida;
-No Pará, está concentrado 48% do desmate da Amazônia.
Os números mensais de desmatamento no Cerrado bateram recorde pela quarta vez consecutiva em 2023. A área perdida em outubro chegou a 683,2 km², 203% acima do registrado em 2022. A série histórica teve início em 2018 e é registrada pelo sistema Deter, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
Na Amazônia, houve queda de 52% em relação ao índice de desmatamento registrado em 2022, com 435 km² de floresta perdidos. A taxa é a menor para o mês de outubro desde o início da série histórica, em 2015.
Monitoramento
O Deter mapeia e emite alertas sobre desmatamento com o objetivo de orientar ações de órgãos responsáveis pela fiscalização. Os resultados representam um alerta, mas os números oficiais de desmate no país são de outro programa do Inpe, o Prodes.
De agosto de 2022 a julho de 2023, a Amazônia teve 9.001 km² desmatados, uma redução de 22,3% em relação ao período anterior, segundo dados do Prodes.
No Tocantis, 198,6 km² de vegetação foram perdidos, o que corresponde a 29% da área perdida no cerrado em outubro. Em seguida, aparecem o Maranhão com 129,3 km² , Bahia com 74,5 km² e Piauí com 68,8 km². Os estados forma a região conhecida como Matopiba.
Segundo informações da Folha de São Paulo, o desmatamento ocorre principalmente em propriedades privadas. “Um dos motivos para isso é que, segundo o Código Florestal, no bioma é possível desmatar até 80% da área deste tipo de imóvel (ou até 65% em alguns locais, quando estão em áreas de transição para a floresta amazônica). Na amazônia, o limite é de 20%”.
O cerrado é o segundo maior bioma brasileiro e corresponde a 23,3% de todo o território nacional.
Durante o lançamento dos resultados do Prodes, a ministra do Meio Ambiente e Mudança Climática, Marina Silva, afirmou que o Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento no Cerrado, conhecido como PPCerrado, está sendo concluído e que há uma mobilização do governo para que ele represente um pacto entre as esferas de administração federal e estadual, junto ao setor produtivo.