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Dragagem do rio Paraguai: um erro ambiental e econômico

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Foto: Marcos Vergueiro/Secom-MT
Foto: Marcos Vergueiro/Secom-MT

A dragagem do Rio Paraguai, que está programada para começar em breve, representa um erro grave tanto do ponto de vista ambiental quanto econômico. Enquanto autoridades e empresas afirmam que a dragagem é uma solução necessária para garantir o transporte de cargas em períodos de seca, é crucial considerar os impactos negativos dessa intervenção no ecossistema do rio e nas comunidades que dele dependem.

A proposta de dragagem não leva em consideração os efeitos nocivos de longo prazo que podem comprometer a saúde do rio e suas funções ecológicas. Em vez de buscar soluções sustentáveis ​​e ecologicamente corretas, a dragagem ameaça alterar o equilíbrio natural do rio, impactando a fauna e flora de seu entorno e prejudicando comunidades ribeirinhas que dependem do rio para seu sustento.

Além disso, é essencial questionar a eficácia da dragagem como solução para problemas de navegação. Alcides Faria, biólogo e diretor da Ecoa, levanta uma questão pertinente: “A decisão do DNIT de dragar o Rio Paraguai para torná-lo ‘navegável o ano todo’ é estranha, pois a dúvida imediata que tal plano traz no Pantanal é a ausência de resposta a uma pergunta: de onde tirarão água para criar o calado necessário para as barcaças? No dia 13/08/24, o medidor de nível do rio em Forte Coimbra, a jusante de Corumbá (MS), marcava negativo: -1,07m. Considerando que o calado mínimo necessário para uma barcaça carregada é de +1,50m, precisaríamos então dragar 2,7 metros em Forte Coimbra? A equação não fecha. Estão procurando formas de gastar os 82 milhões liberados pelo governo?”

Essa crítica ressalta a falta de clareza no plano de dragagem, questionando a viabilidade da proposta e o uso dos recursos. O foco atual em soluções temporárias como a dragagem não resolve os problemas estruturais e climáticos e pode piorar a situação a longo prazo.

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