– No sul, as sub-bacias do rio Paraguai têm recebido poucas chuvas até agora, apesar da prevalência do La Niña.
– Seca de 2020 foi menor que a de 2024, mas Pantanal queimou mais.
Trabalho de Fernanda Cano, pesquisadora da Ecoa, com imagens de satélites mostrando a umidade na vegetação em 2020, 2024 e agora, 2025, mostram um quadro preocupante quanto a umidade da vegetação na parte sul do Pantanal.
A seguir algumas conclusões e alertas:
1) A seca de 2024 foi mais forte que a de 2020. Vale lembrar que, apesar desse fato, o Pantanal queimou 2 milhões de hectares a menos em 2024 do que em 2020;
2) Desde 2020 a parte sul do Pantanal tem recebido menos água de suas sub-bacias que as da parte norte;
3) A parte norte da planície pantaneira já recebeu grande quantidade água em 2024, indicado pelas partes escuras nas imagens. As chuvas têm sido tão intensas na região, a ponto de vários municípios decretarem emergência em janeiro.
4) O quadro existente neste momento pode ser alterado com a chegada de chuvas mais intensas em sub-bacias ao sul trazendo inundações e recuperando a vegetação da planície. Uma pergunta a ser respondida nas próximas semanas: a grande quantidade e de águas do norte será suficiente para inundar regiões mais ao sul do Pantanal?
5) Quanto a possibilidade de grandes incêndios em 2025 deve-se trabalhar com o cenário de que pode-se ter o quadro de 2024. As previsões climáticas apontam essa possibilidade com o fim do La Niña e permanência de uma fase Neutra nas águas do Pacífico, processos que influenciam fortemente o clima no Pantanal.