Chega ao Ministério Público denuncia de grilagem de terras no Pantanal por organizações não governamentais: IHP e Ecotrópica estariam envolvidas segundo fazendeiro

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Região da Serra do Amolar. Foto: Silvia Souza

Segundo a denúncia, a organização não governamental Ecotrópica (Fundação de Apoio à Vida nos Trópicos) teria grilado cerca de 5 mil hectares em áreas a montante de Corumbá (MS), na região da Serra do Amolar – pelo rio Paraguai são cerca de 150 quilômetros da sede do município. As áreas indicadas na denúncia são de propriedades privadas e parte da União.

A organização em tela é gerida pelo Instituto Homem Pantaneiro (IHP), comandada pelo policial aposentado da Polícia Militar do MS, Ângelo Rabelo.

A denúncia foi apresentada ao Ministério Público pelo advogado Nelson Araújo Filho, ambientalista e proprietário de terras na região do Paraguai Mirim, também a montante de Corumbá. Nelson dispõe de ampla documentação, incluindo detalhados mapas de toda a região. No Correio do Estado, o ambientalista afirma que essa é uma nova forma de grilagem de terras na qual não existem cercas nem ocupação das áreas. Ao jornal, ele detalha a denúncia: “a obtenção de documentos de georeferenciamento emitidos pelo Incra e depois na obtenção de títulos ambientais, que são emitidos pelo Imasul. Estes títulos, por sua vez, são vendidos para produtores rurais de outras regiões do país”. Com a grilagem dos cinco mil hectares, Nelson acredita pode ter faturado cerca de R$ 10 milhões “ilegalmente na venda dos títulos de terras que não lhe pertencem.”

O IHP e a Ecotrópica enfrentam denúncias há muitos anos sobre suas ações na Serra do Amolar. Na década de 90, do século passado, famílias foram expulsas da margem direita do rio Paraguai e obrigadas a instalarem-se na margem oposta sob lonas de plástico para que a Ecotrópica se instalasse na fazenda Acurizal e assim criasse Reserva(s) Particular do Patrimônio Natural (RPPN). As famílias se reestruturaram, com o apoio da Ecoa, e constituíram a comunidade da Barra do rio São Lourenço. Recentemente o fazendeiro Armando Lacerda, de Corumbá, voltou a denunciar o fato.

As duas organizações lançaram notas refutando a denúncia. As notas podem ser encontradas no site do Correio do Estado.

Postado originalmente em 21 de janeiro de 2025.

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