///

Pesquisa investiga os impactos das mudanças climáticas na agricultura familiar no Pantanal

2 minutos de leitura
Luciana Vicente. Foto: arquivo pessoal.
  • Pesquisa liderada por Luciana Vicente investiga os impactos das mudanças climáticas na agricultura familiar do Pantanal.

A pesquisa “Mudanças Climáticas e Agricultura Familiar: Vulnerabilidade, Impactos e Estratégias de Resiliência”, desenvolvida na Paisagem Modelo Pantanal (PMP) com apoio da EcoAgriculture Partners, busca entender como as mudanças climáticas têm afetado diretamente a agricultura familiar no Pantanal Sul, especialmente nas regiões de Corumbá e Ladário (MS).

Coordenado por Luciana Vicente, pesquisadora e coordenadora da PMP, o projeto parte da realidade de comunidades tradicionais e pequenos produtores que enfrentam eventos extremos cada vez mais frequentes, como secas prolongadas, ondas de calor e chuvas irregulares. Esses fenômenos têm provocado perdas na produção agrícola, mortalidade animal, diminuição da produtividade de hortaliças e o abandono de cultivos historicamente viáveis, como milho e feijão.

A pesquisa combina métodos participativos e científicos, com entrevistas a agricultores familiares, análise temática e estatística dos dados, e cruzamento com projeções do IPCC para 2030, 2050 e 2070. Um dos focos é o cálculo do Índice de Vulnerabilidade às Mudanças Climáticas (IVMC) para Corumbá e Ladário.

“Os resultados preliminares revelam um conjunto de estratégias adaptativas já em curso nas comunidades: uso de cisternas, sombrites, irrigação, criação de animais mais resistentes ao calor e, especialmente, o fortalecimento dos Sistemas Agroflorestais (SAFs) com irrigação movida a energia solar”, afirma Luciana. Segundo ela, a adoção de espécies nativas e o resgate de sementes crioulas também têm fortalecido a resiliência local, promovendo segurança alimentar e diversidade genética.

Talita Oliveira

Coordenadora do Núcleo de comunicação da Ecoa e da Paisagem Modelo Pantanal.

Deixe uma resposta

Your email address will not be published.

Mais recente de Blog

Parabéns pela matéria. Conheço a região desde a ultima década do século passado, tendo acompanhado vários eventos climáticos extremos, dentre eles grandes cheias (2011 e 2018) e, mais recentemente, as secas de 2020 e 2024, eventos que criaram as condições para os incêndios devastadores. O quadro hoje vai além das cicatrizes, pois, em alguns casos, as feridas ainda estão abertas e a questão é: são ‘cicatrizáveis’?

Comentário de Alcides Faria publicado na Folha de São Paulo na matéria “Comunidades ribeirinhas do pantanal