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APA Baía Negra: um modelo de proteção contra o fogo

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APA Baía Negra em novembro de 2024. Foto: Fernanda Cano/Acervo Ecoa.
  • Unidade de conservação não foi atingida pelo fogo em 2024;
  • A área foi protegida contra os incêndios graças a estratégias e ações desenvolvidas em conjunto pela Brigada Comunitária, o Ibama/Prevfogo, a Ecoa e o Corpo de Bombeiros.

Em 2020, ano que marcou o Pantanal com um recorde de incêndios que consumiram cerca de 30% do bioma, a Área de Proteção Ambiental (APA) Baía Negra teve quase 50% de sua área queimada, o que levou a Ecoa, o Prevfogo e a comunidade local a prepararem metodologias apropriadas que resultaram na situação favorável de agora.

Este ano, um conjunto de ações foi realizado para proteger o local. As estratégias foram executadas em conjunto pela Brigada Comunitária, o Ibama/Prevfogo, a Ecoa e o Corpo de Bombeiros. A Área de Proteção Ambiental Baía Negra foi protegida contra os incêndios. Vale o registro de que no Pantanal, mais de 2 milhões de hectares foram devorados pelo fogo. Participou ativamente das ações de proteção também a Marinha do Brasil.

O trabalho preventivo e educativo começou em julho, articulado por Vergínia Paz, líder da brigada da APA Baía Negra, e apoiado pelo Ministério Público do Trabalho. Graças a esse trabalho, vários focos iniciais foram contidos, como em setembro deste ano quando ela detectou focos de fogo em dois locais na beira da estrada que leva à região e rapidamente acionou o Corpo de Bombeiros e o Ibama/Prevfogo, que prontamente atenderam a solicitação e ajudaram a evitar que as chamas consumissem a Unidade de Conservação. Na resposta imediata, figuras como Márcio Yule, coordenador do Prevfogo Ibama em Mato Grosso do Sul e Thainan Bornato, coordenadora substituta do Prevfogo Ibama em MS foram fundamentais.

Depois de atravessar o rio Paraguai, o fogo foi contido antes de chegar à APA (Imagem: Fernanda Cano/Acervo Ecoa)
Márcio Yule, coordenador do Prevfogo/IBAMA no Mato Grosso do Sul. (Foto: Victor Hugo Sanches).

Outro ponto crucial foi a abertura de estradas para facilitar o caminho para o combate. Segundo Márcio Yule, a Marinha do Brasil também auxiliou na melhoria do acesso em uma área de adestramento próxima à APA, criando um acesso que serviu como aceiro para prevenir contra o fogo.
“O trabalho de proteção da [APA] Baía Negra no ano 2024 foi extremamente exitoso. Foi um trabalho integrado com as brigadas comunitárias ali da área, que foram formadas em anos anteriores”, destaca Márcio.

Ele também ressalta a integração entre as brigadas para a proteção do Pantanal. “A Brigada da comunidade, junto com a nossa Brigada, já realiza o trabalho ali de prevenção e de combate há muito tempo. Essa parceria tem mostrado ser fundamental para o sucesso da proteção da APA Baía Negra, já que é uma Unidade de Conservação municipal, uma área de extremo interesse ecológico e socioambiental. É uma comunidade que conta com uma população tradicional, que mora ali na região há muito tempo”.

A brigada comunitária da APA manteve-se em alerta para apagar focos iniciais de fogo e orientar a população local e conscientizar a respeito do risco de incêndios florestais. A atuação integrada garantiu que as ações fossem amplas e eficazes.

Vergínia Paz, líder da brigada e presidente da associação de mulheres da APA, reforça a importância do trabalho em rede: “A gente teve um trabalho conjunto com a Ecoa, então fizemos o monitoramento nas estradas, orientando, conversando sobre o fogo. Graças a Deus esse ano a gente ficou livre do fogo, não tivemos focos de fogo aqui dentro”.

Vergínia Paz, chefe da Brigada Comunitária da APA Baía Negra. Imagem: Talita Oliveira/ Acervo Ecoa

O caso da APA Baía Negra demonstra que, com monitoramento constante, ações educativas e a participação ativa da comunidade, é possível evitar parte dos incêndios florestais no Pantanal.

A Unidade de Conservação está localizada na Paisagem Modelo Pantanal, uma área estratégica de 76.000 hectares para a conservação da biodiversidade e a sustentabilidade do bioma. Além da APA, a Paisagem como um todo foi protegida contra o fogo, incluindo assentamentos rurais, fazendas e comunidades tradicionais.

 

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