O Governo de Mato Grosso do Sul prorrogou até 30 de novembro de 2025 o Estado de Emergência Ambiental em todo o território estadual. O decreto foi publicado no Diário Oficial do dia 18/09 e amplia em mais dois meses a vigência da medida inicialmente decretada em março, diante da continuidade das condições climáticas extremas que aumentam o risco de incêndios florestais.
A medida foi embasada em análise técnica do Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima) que aponta um cenário crítico: temperaturas acima de 38 °C, umidade relativa do ar frequentemente inferior a 15% e estiagem prolongada, em algumas localidades já ultrapassando 90 dias sem chuvas significativas. Em Porto Murtinho, por exemplo, não chove mais de 10 mm há mais de três meses. Municípios como Amambai e Ponta Porã registraram apenas 8% de umidade, enquanto Pedro Gomes alcançou 39,7 °C. Esse quadro compõe o chamado “triângulo do fogo”, no qual calor extremo, seca e baixa umidade favorecem a rápida propagação das chamas.
Para o Pantanal, a medida é correta. A planície já registra focos de incêndio e enfrenta uma redução acelerada dos níveis de água: rios estão cada vez mais baixos, a vegetação sofre com estresse hídrico e não há previsão de chuvas significativas nos próximos dias. Esse contexto agrava a vulnerabilidade do bioma, que pode enfrentar novos episódios de fogo de grandes proporções.
Fernanda Cano, especialista em clima da Ecoa, indica que as brigadas voluntárias mantenham-se em alerta, prontas para agir rapidamente em caso de novos focos.